terça-feira, 30 de junho de 2015

Bom dia meu amor! Dizes tu quando me vês pela manhã. Respondo da forma mais doce e na tua cortesia que te é tão peculiar deste-me um beijo que recebi com o maior dos carinhos. Seguro tua mão e juntos percorremos os arruamentos daquele jardim. Um pouco já cansada, pediste-me para nos sentarmos no banco de jardim onde tantas vezes fomos felizes. Acedi ao teu intuito e ali permanecemos horas e horas, até nos esquecermos do mundo. Contamos coisas um ao outro que faz tanto tempo já não ouvia! Foi tão doce este momento. Recordei o dia em que te conheci e juntos voamos para a felicidade de dois jovens apaixonados que tinham o mundo a seus pés.    
“A hora tardia do dia que a noite conheceu juntou-nos e ao luar trocamos um beijo que ficou na nossa mente.”
Lembras-te desta frase? Perguntei eu…quando olhei para o lado tu já não estavas. Preocupado, olhei em meu redor e uma estrela subiu ao céu onde ficou a brilhar intensamente.  Numa prece a Deus pedi que me levasse para junto de ti…

Fernando Silva

sábado, 27 de junho de 2015

Saudades de mim
...Quis dizer-te tanta coisa e não me deixaram, impossibilitado de o fazer mandei um recado pelo vento...escrito no tempo em que a sociedade era mais dócil, os tempos de criança eram outros e até o marco do correio suportava a força das saudades. Lembras-te da primeira vez que olhando olhos nos olhos me dizias...sim compreendi tudo. Sabes que até o muro do quintal da casa de teus familiares ficou mais alto! Sim, antes eu saltava o muro... agora olho apenas o se...u porte. Não, não é porque envelheci...é apenas porque tu já não estás. Estás? Ficaste à minha espera? Mas...eu, olhei as rosas, espreitei os amores-perfeitos e as margaridas, eram tão lindas...Não me digas que eras tu quem tratava do jardim? Não, dizes tu...e num suspiro profundo respondeste-me: -Foram as minhas lágrimas que regaram as flores enquanto tu percorrias outros caminhos.
Desculpa...
(...)


Fernando Silva

quarta-feira, 24 de junho de 2015




Ser poeta!

É transcrever em actos emotivos…
a nobreza dos sentimentos,
a memória dos tempos,
a felicidade em todos os sentidos.
É entender o cheiro da terra…
o aroma das palavras,
ter a sensibilidade de amar com ninguém!
É possuir na mente…
o pensamento racional da magia que nos extasia.
É sentir o correr da corrente…
 mesmo que o vento sopre em sentido contrário.
É desfrutar da capacidade de pensar… mais “alto”,
levado nas asas das aves que esvoaçam nos céus da vida.
Ser poeta é sofrer por todos os que padecem,
amar com quem ama e beber da nascente…
 mesmo que a fonte enxugue.
Ser poeta… é sorrir quantas vezes
 aos reveses, sentindo no peito o maior lamento.


Fernando Silva   




segunda-feira, 22 de junho de 2015


“Se o vento mudasse”

E se o vento mudar?
que mude!
No movimento mais rude
Como posso ignorar?
Não se muda com o vento…
Ou então o contratempo
Vai para sempre proliferar
Para poder prosseguir
Passo-a-passo neste compasso
Digo que faço e não faço
No mais sublime existir
E se o vento alterasse
A trajectória seguida
Talvez tivesse a vida
Outro sentido a seguir
Viver ao sabor do vento
Produzir tanto lamento
Sem saber para onde ir
Como pode o vento mudar
Sem alteração aparente
Fazia as coisas girar
Mudava o caminho da gente
Neste superar que não permute
Na esquina da vida se receia
Antes que o vento resulte
Acende a luz da candeia

Fernando Silva



quarta-feira, 17 de junho de 2015



Piso as pedras deste caminho...por vezes faço-o sozinho na tua companhia! Cada pedra tem seu segredo e quantas vezes a medo, tenho medo de as pisar. Não por que se queixem...mas talvez um dia não deixem de parar de chorar. Chorar a distância, a saudade e até a fragilidade com que colocas teus pés...elas conhecem-te, sabem o peso da responsabilidade que sobre os teus ombros carregas. Choram as pedras da calçada quando te veem passar e pouco lhes ligas, esperam que tu lhe digas: Posso pisar-vos? E a esta pergunta respondem baixinho no mais profundo carinho: Afirmativamente mas...não é para toda a gente, só para quem as respeita... e para aqueles a quem o afecto espreita. Pedra a pedra se constrói uma vida que tanto dói e demora a construir.

Fernando Silva

sexta-feira, 12 de junho de 2015

“Sofrer”  

Que sofrimento
Sentes por dentro
E não expões…
Nas minhas preces
Tu apareces
Em orações!

De olhos erguidos
Pesares…sentidos,
No teu caminho
Rogo a rezar…
A Deus suplicar
Nobre carinho

Ó alma pura que sofrimento
No teu viver…no teu lamento
Que Deus te proteja o teu viver
E sempre esteja no acontecer


Peço na crença
Fim à doença
Que te liberte
E a tua vida
Seja seguida
E a dor conserte

Tanto lamento
Faz tanto tempo
Que a dor enlaça
Rezas a chorar
Nobre suplicar
A dor não passa

Fernando Silva


terça-feira, 9 de junho de 2015


Margens do Dão

Um rio que canto…
Das margens do Dão!
Num poema de encanto
Neste recanto
Livre sedução…

És amor a correr
Socalcos da vida
Neste acontecer
No teu nascer
És poesia sentida

És rio de encanto
A vida a correr
És flor do campo
Na terra a nascer
Onde o amor predomina
Onde o amor detém
Tanto nos fascina
Nas margens de além

Poemas sem fim
Valados sentidos
Nascidos em ti
Sabores de ti
Nos canteiros nascidos

Vida em movimento
A deslizar és ternura
Meu rio de alento
És poder e aventura



Fernando Silva


segunda-feira, 8 de junho de 2015


"
Navio... Desejo".


Há um rio que corre
Por entre nós dois
Num amor que não morre
Em dois corações

Uma paz que se vive
No correr do leito
Uma paixão que reside
Dentro do meu peito

Nas margens do rio
Há lençóis de neve
Cobertos pelo frio
No mar que navegue

Há sorrisos diversos
Num canto profundo
Ribeiros dispersos
Num lugar do mundo

Nesta melancolia
Que o tempo me afasta
Dessa companhia
Um ribeiro não basta

Neste “navio desejo”
Que o mar carrega
Há sabor dum beijo
Onde meu corpo navega

Fernando Silva





segunda-feira, 1 de junho de 2015

Recreio


A bata suja,
o bibe ou a blusa
de cor colorida.
É uma criança que vive na esperança
de brincar na vida.

Pinta a preceito…
vezes sem jeito!
O mundo encantado…
Chuto na bola,
rompe a camisola,
E o mundo a seu lado.

A boneca de trapos…
Vestidos, farrapos,
pião na algibeira.
Sorri contente
para toda a gente
só quer brincadeira.

De mãos pintadas
caras sujadas,
fazem de conta…
O mundo avança
para esta criança
hoje, amanhã…
tanto monta!


Fernando Silva