Uma folha de papel
perdida,…uma folha de árvore caída!
Tanto
sofrimento…puxadas pelo vento, despregadas do tempo…sem nada, sem vida!
Onde te
encontrar? Na terra sem lar! Ou longe daqui…
Onde te escondes?
Já nem me
respondes…onde te escondi?
Na terra? No chão?
Ou no coração onde
fica a dor!
Tu que foste a
sombra…talvez o sol te esconda bem longe de mim!
Desceste a ladeira e
nessa canseira te separaste da vida, chama de vigor!
Ai folha de papel…
deixa-me ler o recado do meu amor, que em letras de mel adocicou a minha
essência.
Deixa-me nem que
seja apenas dar-lhe um beijo e matar o desejo de quem está longe.
Ai folha…que caíste
curvada na curva da estrada e moras a meu lado!
Dá-lhe esse recado…
enquanto a ladeira me ajuda a descobrir o horizonte, e, no cume desse monte
vejo enrolada na folha despregada a palavra dor!
Escrita por teus
sentidos…ouço os gemidos!
E ali caída ficou a
folha despida pelo vento.
Dorme acocorada com
o frio…e num desafio com o tempo voltou a tempo de te ver sorrir.
Fernando Silva