Ouro
ceifado!
Ouço
ao longe um som que me desperta!
Não
sei de onde vem!
Vem
de parte incerta!
Trazido
pelo vento parece lamento…
E
à medida que o vento de mim se acerca,
Parece-me
“gemido-vida” que tanta vida carrega
E
para lá dos montes à vida se entrega.
Num
olhar sentido, ouço esse gemido, trazido no vento!
Uma
pausa e a preceito, corrige com jeito a disposição da carga.
Que
o vento me traga de novo esse gemido e de qualquer maneira
Se
possa dirigir para a eira, onde será ouro vivo…
Já
foi relheiro que o sol aqueceu, trazido na esperança
Que
seja bonança a esse plebeu.
São
espigas de ouro, de enorme tesouro, que juntas se esmeram,
Levam
pancada, na estrada adocicada, à vida se entregam…
Passou
a meu lado e esse gemido acabou na meda
Em
lugar de evidência faz parte da essência
Para
que tudo suceda…
As
espigas em pão…rosário oração, praganas, árduo labor!
Assim
era a vida, sempre provida com este rigor…
Mas
essa canseira cantada na eira tão doce em cidadania
Ouço
o som que grita em “pedra granita” em suor de pranto
Recordar
dia após dia meu campo de encanto…
Fernando
Silva
Olá Fernando!
ResponderEliminarSão escritos como este que nos permitem "Recordar dia após dia meu campo de encanto…" Eu direi o nosso campo de encanto.
Gosto muito. Mais palavras não são precisas.
Um abraço.
Campo de encanto que tanto nos fascina. Que nos enche a alma e nos liberta da "agressividade" da vida citadina. É desta forma que nos sentimos bem...a falar das recordações, também das tradições e fundamentalmente desse "Paraíso Maravilhoso", citando "o enorme Miguel Torga". Abraço meu amigo José Carlos.
ResponderEliminar