Gerações...
O frio gelava-lhe o
rosto, as obrigatoriedades impostas pelas adversidades da vida provocavam-lhe
fúria. Nesse dia de Inverno, adverso, Beatriz percorreu as ruas da aldeia
curvada ao encargo da responsabilidade, cuidar da casa e dos seus familiares,
traze-los limpos e asseados, era como se de uma obrigação se tratasse. Corpo
franzino que o frio e o vento faziam tremer como varas verdes. Um agasalho pobre
e roto, rasgado pelo tempo, era insuficiente para enfrentar tais condições
invernosas, aliadas a uma vida rude, vivida no seio de uma família com vários
conflitos sociais. Desde muito cedo Beatriz teve de crescer de uma forma
rápida, quase não teve tempo para ser criança e poder deliciar-se e dedicar-se
às brincadeiras próprias desta condição, uma vez que o nascimento de seus
irmãos lhe impunha uma maior responsabilidade, imposta de forma quase natural,
não fosse ela a mais velha. Mas Beatriz não era só isso, era também uma apaziguadora
dos vários conflitos vividos por seus pais, que possuíam problemas mal
resolvidos, que advinham ainda dos tempos de namoro. Aliados ao facto de Jerónimo
ter problemas principalmente quando ingeria bebidas alcoólicas, o que o levava
a ter uma postura desprezível, para lá do álcool o cigarro era outras das suas
predições, fumava cigarro a traz de cigarro, quem para ele olhasse via nele um
farrapo velho!
Um dia Beatriz disse para seu pai:
-O nosso destino está marcado, porém há quem lhe queira apressar e o Senhor está nesse caminho! Não se deixe apanhar...
(...)
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