segunda-feira, 23 de setembro de 2013

Chove...lá fora!

Chove lá fora,
não vá embora
a chuva pode molhar!
Fique comigo
no meu abrigo...
a chuva não vai parar.

Bate mais forte
o vento norte...
traz esse frio no rosto!
Pegue meu agasalho
porque eu não ralho
fica a seu gosto...

Para nós é aventura
nesta fissura
a fraga suporta...
Pode chover aqui dentro
seu pensamento
só a mim importa

Há calor em minha mão
e o coração
bate mais forte!
Encoste seu corpo ao meu
você não esqueceu?
a chuva dá sorte...

Pode vir a tempestade
lá na herdade
há um casebre...
O amor aquece o peito
e desse jeito
a vida concebe

Feche os olhos e pondere
se é isto que quere
ouça a chuva cair
Abra a imaginação
e o coração
pode-se abrir...
Fernando Silva

domingo, 22 de setembro de 2013


Vendimas

 

Ontem era vide... Nua!
Naquela terra tão crua
Cresceu ao sol e ao vento
Foi a chuva que a protegeu
O fruto que em nela nasceu
Passa agora esse tratamento

 
Há folhas de várias cores
Sonhos e tantos amores
Que nascem nesta labuta
Cortam-se cachos maduros
Que garantem os futuros
Dessa gente mais astuta

 
Regam a estrada da vida
Com a pinga garantida
No trabalho habilidoso
As folhas adoçam a terra
Há mais uma primavera
Que nasce em chão ditoso

 
Esmagam os bagos... descalços!
Sem quaisquer percalços.   
Neste ritual apaixonante...
Cresce debaixo dos pés
Um suco em altivez
Num trabalho delirante

 
Entre cantigas... Piadas,
Anedotas e risadas!
Bebe-se um copo de vinho...
Enquanto a vida acontece
O copo não arrefece
Nesse enorme carinho...

 
Brinda ao fruto genuíno
Este é vinho do fino...
Tratado com muito amor!
De castas bem escolhidas
Nos socalcos...nas surribas !
De afeto e esplendor.

Fernando Silva
 

quarta-feira, 18 de setembro de 2013


A dor não importa…

A noite traz a saudade
Em toda a minha vontade
Regressas ao pensamento
Livre como uma gaivota
Neste céu que tanto brota
De asas voltadas ao vento

Há um céu que não descoras
Lá na rua onde tu moras
No cantinho da saudade
Nessas vielas cantadas
Nessas ruas tão faladas
Em plena Liberdade

De dia mandas-me beijos
E à noite os teus desejos
Voam ao sabor do vento
São requintados encantos
Nas vielas, nos recantos
Nesse honroso sentimento

A vida só tem sentido
Com sentimento vivido
Coração tem essa porta
Que se abre ao amor
E nos dá enorme dor
Faz doer mas não importa…

Fernando Silva






terça-feira, 17 de setembro de 2013

Abri...os olhos!

O vento trouxe o calor dos teus beijos,
juntou-os aos meus desejos
e foram sozinhos na madrugada...
A saudade que deixou,
em nosso olhar ficou,
 e, não trouxe mais nada.
Não sei...se eram quatro?
 ou até cinco...o relógio ali parou!
Abri os olhos e ao acordar,
o vento fez-se notar...
nesse beijo que ficou,
agarrado aos lábios meus...
e contou-me esse segredo...
disse baixinho a medo...
tenho saudades de ti.
Do calor do teu olhar,
da franqueza do teu jeito...
e o vento no seu soprar...
levou esse amor-perfeito...
Fernando Silva

domingo, 15 de setembro de 2013


Sol...nascente!
 
Sol nascente incandescente
Que arde neste bulcão de gente
Constantemente constante
Nesta fogueira de lavaredas
Acesas...
Neste universo aquecido,
De aromas, despido, sem preconceitos.
Sol risonho rei do sonho!
Da magia do encanto...
Nascente neste meu recanto
Onde a luz nos ilumina
E seus raios lavram a terra
Como se fosse todos os dias primavera
Em noites de outono no calor da fogueira
Na lareira ateada nos "invernos de cão"...
Na geada, num pique de Verão
Que o tórrido sol aquece e jamais arrefece
Neste Sol que traz à  vida
E com seus feixes concretiza
O apogeu do meu ser e assim irá permanecer
Que se distingue, no "aquecer" a mente 
Aquecida permanentemente....
Pelo sol que nos fortalece...a vida.
Revivescida neste Sol Ardente 
No seu nascente...
 
 Fernando Silva
 

 

segunda-feira, 9 de setembro de 2013


Cachos viçosos...

 

Emergem do solo, carregadas de expectativa,

Simboliza arte, imagem de vida...

Nascidas em socalcos onde labuta a esperança

Entram no Agosto, cheias de confiança,

Para em Setembro se poder mostrar

Perante a sociedade ansiosa em provar

Do saboroso e sempre apetecível néctar

De uvas viçosas que a natureza quis ofertar

Aquecidas pelos raios vindos do sol fascinante

Tratadas com carinho das mãos humanas

Num trabalho habilidoso e gratificante

Que meus olhos observam a paisagem deslumbrante

Numa mescla de cores que me trazem sabores

Do nascer do dia, do anoitecer

E pela madrugada vai permanecer

Na mais bela estampa que o homem fez

Talhada de retoques ímpares e nunca se desfez

Deste retrato gerado e permanentemente guardado

Que Baco haveria de celebrizar

Numa paixão ardente por este néctar diferente

Que a natureza nos quis contemplar.

 

 

Fernando Silva

Ler... nos teus olhos!

 

O que dizem os teus olhos

O que sentes no seu brilhar

Se há tanto brilho ao molhos

O que tu vês nos meus olhos

Os teus não param de brilhar

 

É da luz do teu amor

Da força do teu amar

Desse sol abrasador

Que emana tanto calor

À luz do seu brilhar

 

Esses olhos são paixão

São luz no meu caminho

São olhos de coração

Fixos na gratidão

Flamejam desde menino

 

Na luz dos olhos teus

Raiam sorrisos e alegria

Dão brilho aos olhos meus

Parecem estrelas do céu

Não sei se é noite ou dia

 

Fernando Silva