segunda-feira, 22 de fevereiro de 2016




Ecos da tua voz…


Lá longe, nem sei aonde!
Há uma voz que responde… com laivos de nostalgia.
Difunde-se pelo tempo
Voa nas asas do vento e recorda-me esse dia…

Fora o eco mais sentido!
Neste horizonte vivido, trazido pela saudade.
Do outro lado, esse grito
Ouvido no infinito é conforto de bondade…

Ouço agora o eco da tua voz!
Parece que estamos sós…neste mundo, perdidos!
Ecoa o sentimento
E nas asas do vento, flutuam nossos sentidos…

Num sinal imaculado
Ouço teu nome num brado e meu coração palpita.
Os ecos que se namoram
Nestas gargantas que choram…até o silêncio grita.

Fernando Silva




quinta-feira, 18 de fevereiro de 2016




Ecos dum passado presente. 
Espelho de Água onde a luz reflecte na vida das almas… que passeiam no sossego do tempo! Impera o consolo da chegada duma primavera anunciada, de encantos guardados e reflectidos por um raio de luz que nos convida à vida…O amor, o carinho e paz se espelham neste retracto que nos delicia e fala de nós. Neste campo de saudade imensa, vestido de verde esperança. Um barco à espera… que se deseja numa viagem de amor, como quem se beija à luz do luar que nos enamora. Ansiosamente, sentado neste banco - sombreado pela saudade do teu olhar, escuto o canto daquele pássaro que suplica a chegada da sua amada e ali fiquei… tal como o barco que nos espera!



Fernando Silva 

quarta-feira, 17 de fevereiro de 2016



Esse livro…

Esse livro… que caminha a teu lado! Nunca foi desfolhado e guardas junto do peito…são memórias do passado, hoje vive acomodado nesse lugar de respeito. Folha a folha despregada… nesta vida agitada, grita num silêncio atroz… o livro da nossa vida, folha a folha despida, que grita dentro de nós. Deixa pegadas no chão… onde o seu maior condão…dizer tudo sem falar, fala do caminho percorrido, do sentimento sentido e vive no teu amar. Numa pegada perdida… permanece retida, nas folhas que o vento agita, esse livro é um coração que fala de sedução e no teu silêncio grita… 


Fernando Silva 

terça-feira, 16 de fevereiro de 2016



Rompem as primeiras flores…campos bafejados de odores, que a natureza contempla! São aguarelas pintadas amendoeiras regadas pelo sol que as alimenta. Mistura de campos sedutores… uma mescla de flores, onde a essência inebria! A lua no seu brilhar dá outra cor ao luar a noite parece dia… reflecte raios solares amendoeiras singulares deslumbra nestes campos fatigantes… irrigados pela saudade nesta terra de bondade de flores palpitantes. São pequenos os meus olhos para ver tua grandeza e os teus gestos são aos molhos que te dão essa nobreza! Vives o sonho da vida enquanto o mundo lá fora se esconde em parte incerta sem saber onde mora. Num grito chamas por mim e respondo assim: “Oh Vila Flor oh meu amor que tanto brilhas”…  

(…)



quinta-feira, 11 de fevereiro de 2016


Lá longe, bem longe…sem se saber aonde! Há uma vida que se esconde por entre os muros crescidos na saudade. Lá longe, bem longe…há um pedaço de vida que segue os teus passos e vigora nos retratos que guardas no teu peito. Lá longe, bem longe…esse teu querer passa sem que o longe se aperceba do que move os teus sentimentos! O que nos espera? Talvez nem nunca consigas ver o quanto custa expressar a dor …a dor que sentes por te encontrares tão longe do acontecer. Fechas os olhos e vês o quanto é longe a distância que te separa do “longe”. No sonho estás tão perto de atingires o objectivo. Acordas e a distância não diminuiu. Perguntas: Aonde te escondes? Nem sequer me respondes! Chamo por ti e de tão longe… não ouço a resposta. Hoje, quando perguntei ao tempo o quanto o tempo já passou…respondeu-me: Passou mesmo agora! Agora? Mas como? Se nem dei pelo tempo passar! Não…não foi apenas o tempo que passou… foi também uma oportunidade séria de agarrares a felicidade. A felicidade? Não sejas louco. Ando à procura dela há tanto…tanto tempo que nem acredito que ela exista.
Respondes: -Não procuras o lugar certo!
-E que lugar é esse?
-Encontro-me a teu lado!


Fernando Silva 


quarta-feira, 3 de fevereiro de 2016



Lado obscuro

Saudades da noite e seus encantos
Que nos guiam a recônditos segredos
Ouvi os silêncios nos seus prantos
Vi luzes acesas no degredo

Janelas enegrecidas pelo tempo
Que a força do vento não levou
Tábuas quebradas…sofrimento!
Que um dia o desprezo ali deixou

Sinais que indicam o abandono!
Pedaços de vida a céu aberto
Rudes pensamentos em que o sono
Deixou o sonho ali tão perto

Tantos são “aqueles” sem abrigo
Que a noite cobre com estrelas
Dormem ao relento com o perigo
A casa não tem portas nem janelas

Enquanto a noite dorme e ali descansa
Sobre as velhas tábuas já esquecidas
Memórias do tempo…são lembranças
Farrapos de vida que são vidas!


Fernando Silva


terça-feira, 2 de fevereiro de 2016


“Minha Flor”


Foi dum grande amor que ela nasceu
A Flor que deu luz a toda a rua
O tempo passou e ela cresceu
Protegida pelo sol e pela lua

O vento soprou e aquela Flor
Segura da paixão por si deixada
Agradecia a todos com seu odor 
Trazia aquela rua perfumada

A “chuva” saciava-lhe a secura 
O sol alegrava o seu nascer
Deu tudo quanto tinha na ternura
Viveu aguerrida no seu querer

Cresceu, foi menina e mulher
A vida deu-lhe tudo quanto queria
Foi mãe que seus filhos viu crescer
Que são a sua maior alegria

Obrigada minha mãe de ti nasci
Semente de meu pai em teu canteiro
Hoje sou sangue que em ti vivi
Tu és a minha Flor o tempo inteiro

Fernando Silva




segunda-feira, 1 de fevereiro de 2016



Sonho da Noite…

Acordei e a noite dorme
Como quem sonha contente
No sonho que nos consome
A noite dorme diferente

Até o luar risonho
Tem momentos radiantes
Quando acorda do sonho
Os silêncios são gritantes

Coberta com o seu manto
Adormeceu encantada
A noite no seu encanto
Passou a noite acordada

Atento no encantar
Por entre enormes rochedos
A noite no seu sonhar
Contou-me os seus segredos

A noite é uma andorinha
Sonha sempre em voltar
Ao beiral desta casinha
Onde a noite foi sonhar



Fernando Silva