quarta-feira, 23 de março de 2016



Flor desamparada…

Esta noite não choveu…
Nos canteiros dos caminhos
Aquela flor morreu
Por falta dos teus carinhos

Doravante tem cuidado
Tens que regar tuas flores
Num jardim abandonado
Não podem crescer amores

Fala-lhe da tua mágoa
Escuta o que ela te diz
A flor precisa d’água
E almeja ser feliz

Foi no canteiro da vida
Gerada... dessa semente!
Em teu “ventre” concebida
A flor também é “gente”

Aguerrida no seu viver
Cresceu d´um grande amor
Como pode acontecer!
Ter morrido essa flor…


Fernando Silva


terça-feira, 22 de março de 2016



Prece…

À noite quando me deito
São para Ti minhas preces
De mãos em cruz sobre o peito
Retribuo o que me destes

A vida só tem valor
Nesta razão de viver
É para Ti meu amor
Foi por “mim” o Teu sofrer

Vivo de coração partido
Jamais será consertado
Por na vida ter sofrido
Das memórias do passado

Meu amor sobe aos céus
Onde brilha essa estrela
De mãos postas a Deus
Quem me dera poder tê-la!

Fernando Silva



segunda-feira, 21 de março de 2016



Fala-me de ti…num poema que diga coisas de amor. Fala-me de ti… com palavras sem enigma! Fala-me de ti, fala-me de saudade, que vive dentro de ti em plena Liberdade. Fala-me de ti…da natureza, da lua e do luar. Fala-me dos sonhos, dos cantos dos encantos e recantos num país crescido à beira mar. Fala-me da mulher aguerrida que luta diariamente contra os preconceitos…pelos direitos que são seus por justiça. Fala-me da grandeza dos homens que são “grandes” e que vivem na esperança de dias de bonança. Fala-me da importância do amor…dos afectos, das paixões e fala-me das flores que crescem nos jardins da vida, regadas na esperança. Fala-me desses canteiros floridos, crescidos na dança das flores e dos amores que de mãos dadas buscam apaixonadamente o dia em que ao falar de ti é falar de “Poesia”. É reconhecer a vontade de viver e poder declamar sempre que o amor acontece, que a poesia permanece no ponto mais alto da vida. Fala-me de ti…da nostalgia e das horas de filantropia que dedicas aos menos “aventurados”. Diz o que te vai na alma num poema que fale de ti… fala-me das crianças e dos mais carenciados, dos oprimidos e dos abandonados. Fala-me num poema que me traga lucidez e se não te importares fala-me de ti…Diz-me como se escutam os silêncios do mar bramido e dos ecos da tua voz sempre que falas de nós. Fala-me da distância e da perseverança dos teus queres…Fala-me da fonte onde sacias a sede de amar e do horizonte neste poema de apaixonar. Fala-me do teu olhar e dos poemas de encantar que embelezam o teu ser.

Fernando Silva   


terça-feira, 15 de março de 2016



Fendas do tempo…

Ecos dos silêncios…como gritam! Saídos do meu peito…que saudades. Pedaços de mar em ti se agitam, revolto gemido suavidade. Enquanto bocados de vida se amedrontam, descidos das decrepitas rochas que te enriquecem! Lá longe…bem longe onde as ondas se iniciam e as gaivotas se reencontram na liberdade porque acontece. Quando anoitece, permanecem sombras de outros tempos em teu leito, lençóis de areia onde te deitas…esvoaças pensamentos a preceito, e, ouves os gemidos dos meus passos. Lentamente adormeço em teus braços, uma estrela acompanha o sentimento, as ondas em fortes abraços… enquanto o meu olhar pinta de azul, os segredos do mar em teu regaço! Fendas que se abrem a céu aberto…reflexos de rumores deixados pelo tempo.
Fernando Silva



quinta-feira, 10 de março de 2016



Deixo-vos nas palavras lavradas por meu punho, escritas na melancolia do meu ser, deixei aqui...meu testemunho, amar-te sim! Até morrer! Coloquei em ti tudo de mim, guardado num poema que não fiz...hoje ou amanhã será sempre assim, aquilo que este meu poema diz! Horas passadas nostalgia...silêncios que gritam como aves, esvoaçam as palavras… poesia, neste poema de amor como tu sabes. É poesia o que o poeta vos deixou e em todas as palavras encontrou a forma mais difícil de sofrer…convosco idealizei configurações subtis onde este louco…de bem petiz se refugiou. Concebi-me o direito a quem amar! Deixando livremente meu coração em cada poema sem rimar… uni Liberdade com conquista e separei os meus momentos de angústia. Subi ao cume da ladeira e olhei os céus…dali, escutei as baladas mais sublimes desta vida. Escrevi teu nome no vento e sem qualquer arrependimento fechei os olhos e voei. Sonhei o sonho mais sentido, vi auroras no meu peito, percorri as ondas do teu corpo e acordei contigo a meu lado. Quis desenhar no céu um coração e uma estrela que brilhasse para nós, conjuguei as letras do verbo amar e clamei teu nome em alta voz… “Mulher”

(…) 

Fernando Silva 



terça-feira, 8 de março de 2016



À Mulher
Flor!
mas que flor seria?
Rosa, Malmequer, 
orquídea? tu és "flor Mulher"...
Flor da minha vida,
rosa da minha paixão,
malmequer de encanto?
margarida florida...
a simbiose perfeita
escolhida para a vida
Flor do meu Coração
FernandoSilva

terça-feira, 1 de março de 2016



Observei o quanto vale esta saudade…Deixei um beijo que nos beija! Com chama que flameja nos lençóis dos teus sentidos. Percorri todas as ruas…vi pétalas aveludadas que subiam até à serra! Na cândida cor do teu existir vi tanta pétala subir e a terra ficou encantada. Li versos na saudade nutrida, nesta ansiedade em que a vida é aquilo que hoje sinto…bem perto no meu desejo, deitei-me depois desse beijo e adormeci com a saudade. Num sonho quase perfeito, percorri o teu leito, dei de caras com a nostalgia…em cada pétala que caía vi sinais da tua vida… em cada pedaço de terra visto da minha janela… vi rosmaninho aos molhos e para delícia dos meus olhos vi-te exposta ao universo. Confesso, tu estás cada vez mais bela. Vi teus produtos deliciosos e os teus olhos ditosos que se encheram de alegria. Vi a tradição de um povo que nos provoca arrepios e esses artigos da terra, produzidos por tantos braços…saboreei agradáveis pedaços que permanecem intactos nas pupilas gustativas do nosso ser! Possuir nos teus encantos bocados de história que nos enche de orgulho. Ter em cada flor nascida, pétalas da nossa vida que os farrapos de memória nos caracterizam.  De todos os lugares trouxeram produtos ímpares, que nos enchem de felicidade. Da flor da amendoeira levo imagens tão belas e das outras flores quem me dera tê-las no quadro matinal que perdurasse todo o dia. De passos para a partida ainda deixei escondida uma lágrima de esperança…lembrei-me desse pedaço de terra,  cuja beleza não encerra e quero ter em meu sonho! Abri os olhos… mas nunca deixei de sonhar!

Fernando Silva