quinta-feira, 28 de janeiro de 2016



Bater do coração.

Desejo os teus abraços
Ter o calor dos teus braços
Onde o carinho se esmera…
Ter o vento de feição
A bater no coração
Um grande amor nos espera!

Noite branca… branca cor!
Neste poema onde o amor
É destino tão premente
O vento sopra nas vagas
Espero que tu me tragas
O amor nessa corrente

Caminha nesses caminhos
Onde não existem espinhos
Que morreram ao nascer
Segue o sentir da razão
Pois só o meu coração
É por ti que vai bater

Abre os braços meu amor
Deixa passar esta dor
Que trago dentro de mim
Seguro no vento que passa
E neste amor que nos abraça
E permanecer assim

Fernando Silva





segunda-feira, 25 de janeiro de 2016



No leito do rio…

Mostra-me o leito do rio
Que vem da tua nascente
Minha dor é um navio
Flutua contra a corrente

Saboreio as palavras
Que o fogo do amor ditou
E nas frases mais sábias
Onde minha dor se deitou

Subo as margens do rio
Desço degraus de ansiedade
Pressinto neste vazio
O quanto custa a saudade

As saudades são amarras
Sentidas nesta ansiedade
No leito onde me agarras
Choro lágrimas de verdade

Caem livres, livremente!
Lágrimas nesse navio
Minha dor contra a corrente
Sobe as margens do rio…

Fernando Silva






quinta-feira, 21 de janeiro de 2016


Silêncio que a noite dorme…despida por tuas mãos, segura pelas amarras do rio onde se espelha. A hora é de sossego…no brilhar das estrelas reflectem acalmias onde os corações apaixonados se tocam. No palco da fama as guitarras passeiam-se livremente por entre as mágoas da cidade e as chagas que lideram o fado. O poeta escreveu e a fadista contou num poema que nos deixou de olhar fixo naquela figura. Enquanto as guitarras trinavam de dor…e as cordas pisadas por dedos calejados pela vida que dedilhavam a saudade. Ao virar da esquina, um corpo de vida deixado ao desdém se destapa… ouve-se um gemido de guitarra que não ficou sozinha à beira do caminho. Num “Fado Menor”, “Três Bairros” se juntam e à “Meia-Noite” a saudade atravessa a “Mouraria” num “Fado Corrido” que atravessa a cidade e nos leva ao “Victória” que o “Rei” sem coroa nos deixou. Uma luz “ténue-adormecida” indica-nos uma taberna onde a lua adormece nos xailes de linho, bordados a ouro por mãos de fadas…
Lá dentro uma voz vinda do canto da sala grita: Bravo, bravo, bravo…
Ouvem-se os aplausos e o público rende-se aos encantos de mais uma noite de pura magia.   
A noite acabou no dia! Amanheceu, tristonho ali ficou. Agarrado na esperança por entre as vielas escondidas do passado gritou: -Silêncio… que a noite dorme… despida!   

Fernando Silva


domingo, 17 de janeiro de 2016



De olhar meigo e terno encontro o brilho da noite...quis o tempo que esse tempo não se perdesse no tempo e fui à tua procura! Pelos caminhos mais recônditos da vida segui teus passos. Os meus olhares ficam na penumbra da noite e que assim permanecerão enquanto lá fora é outra "vida". Encontrei as mais lindas palavras escritas por tuas mãos que sigo fugazmente por entre as amendoeiras floridas do teu peito. Num portão já enegrecido pelo tempo... leio as palavras que compõem o ...teu nome. Ciente de me encontrar perto de ti...descansei um pouco e fechei os olhos. O amanhecer de um sonho começava, destapei as cortinas do mundo e senti a falta de ti...que ninguém pode ver o quanto custa uma saudade. Segurei a realidade e caminhei pensando em ti. Era o inicio de um sonho que tanto quis sonhar na realidade. As giestas tocavam-se entre si e ajudadas pelo vento executavam canções profundamente deliciosas. Enquanto a água do riacho telintava ao de leve e beijava as pedras da vida. Por momentos quis ser água e tu a pedra mais valiosa da minha vida. Queria beijar-te com quem beija e se deseja. Escutei o cantar dos passarinhos. Segui o som e por entre as mais belas melodias ouvi o eco da tua voz. Ali fiquei. O poema que cantavas tinha sido feito por mim...terminaste e aplaudi entusiasticamente. Desceste os degraus, as lágrimas eram de felicidade pelo reencontro. Depois...ali ficamos até ao acordar de um lindo dia...
(...)
Fernando Silva

terça-feira, 5 de janeiro de 2016


 
 
 
 
 
 
 
Foto de Artur Pimentel
 
 
 
Bate leve e ao de leve...o som próprio da neve, trouxe a nostalgia de outros tempos! A chuva e até os ventos trazem farrapos de memória. É tão grande a tua história e as ruas brotam brancura...lembro outrora outros ventos e hoje são pensamentos, só me lembram a ternura com que a neve caindo acalentava os corações que o frio fazia saltitar numa pureza singular. A neve ao chegar, fazia das ruas um manto que qual encanto  nos trazia hilariantes.... pareciam dois amantes...a neve e a terra. Doce queda que nos premeia e a neve em ti semeia a sublimidade de quem sonha coberto de branco despido...e os filhos a quem destes vida ficam de coração partido! E a neve ao cair faz a minha terra sentir o quanto custa uma saudade.  

Fernando Silva


Fechei os olhos e a saudade trouxe-te de volta…segurei teus braços e num abraço profundo olhei-te a cada segundo que passou! Obrigado terra que detens a magia do amor e a capacidade de suportar as vicissitudes da vida. Num olhar aos céus, também tu agradeceste a Deus pelo momento…depois murmuraste baixinho: Deixa-te ficar em meus braços e deixa que o tempo passe demoradamente… para que possamos ter tempo de recuperar o tempo perdido. Aceitei de pronto os teus intentos. Ávidos de mais um beijo, ficou esse desejo, que a noite agasalhou…no mais sublime aconchego, pode o tempo passar… mas que passe devagar, foi bom enquanto durou! Reparo e nos teus lábios ficam beijos desejados que a saudade guardou! Ciente de tal enlace e noutro beijo que nos abrace, ficamos desesperadamente apaixonados… foi bom enquanto durou e o tempo não apagou o quanto se quer num beijo.
(…)
Fernando Silva