sábado, 26 de fevereiro de 2011

Noite de Fado





Noite de Fados na Sede Nacional da I.P.A.


Foi na Sede Nacional da I.P.A., em Lisboa, que cerca de uma centena de Policias, familiares e amigos, se encontraram para mais uma noite de convívio. Foi notória a amizade vivida naquele local, que teve a objectividade de uma noite de convivência, que proporcionou momentos hilariantes, contrastando com os dias espinhosos que os Profissionais de Polícia vivem.Foi um encontrar de amigos, um reviver de momentos, nos quais estes encontros são propícios, com lugar a uma certa nostalgia é certo mas que produzem factores de harmonia, de confraternização, numa mistura de activos e aposentados, que se envolvem no mesmo projecto. Foi para mim como Polícia e Associado da I.P.A., um reencontro com amigos que já não via há muito tempo. No que concerne ao Fado, o Grupo de Fado Solar do Meireles, foi convidado para fazer parte desta convivência, o que ocorre pela segunda vez. Foi com enorme satisfação e carinho que voltamos a este local, onde fomos muito bem recebidos. O Fado falou mais alto, numa cumplicidade entre músicos, fadistas e público, que não se fez rogado e aderiu com empenho e fascínio a este momento, fazendo com que nem sequer déssemos pelo passar do tempo. Uma palavra de apreço a todos que ali estiveram a aplaudir os fadistas e músicos. Não queria deixar passar este momento sem desejar rápidas melhoras ao José Meireles, motivo por que não pôde estar presente. Agradecer à Subintendente Anabela Alferes na qualidade de Presidente desta Associação, o convite que nos foi formulado.  

O Autor: Fernando Silva       

domingo, 20 de fevereiro de 2011

Barragem do Peneireiro em Vila Flor

Objectivo…Quadro

A noite apeia o meu profundo despertar
A pulcritude do local emerge “intacto”
E num profundo sublime respirar
Concebo a mim mesmo ilustre retrato

A paixão produzida pela natureza
Detém partículas ímpares tão belas
Nesta barragem de enorme pureza
São perícias, são pintadas aguarelas

A penumbra que me oferece carinho
Apeado na sobranceria da realidade
Retrata o momento em que sozinho
Consigo provocar tanta fogosidade

Cai a noite, tranquiliza meu peito
Na objectiva detenho o meu prazer
Do sol, do dia e de enorme respeito
Pelo captar de imagem de lazer

Olho objectivamente em meu redor
Observo a paisagem harmoniosa
Deste bonito pedaço de Vila Flor
De vista brilhantemente maravilhosa

Autor Fernando Silva                                                       20FEV2011


sábado, 19 de fevereiro de 2011

Michael Jackson - Earth Song

MAKE ME AN ISLAND!!~~~JOE DOLAN

Ausência em mim

VOLTA PARA MEUS BRAÇOS

Tu partiste
Para tão longe
Sem pensar no meu sofrer
Meu amor destruíste
Um coração a valer
Mas agora sinto-me tão só
Fico triste a pensar
Que bom seria
Vir um dia
Em teu lado acordar    
Volta de pressa depressa
Para eu te poder abraçar
Volta de pressa depressa
Para mim
Vivo sofrendo por ti
Vivo pensando em ti
Volta depressa, depressa,
Depressa para mim
Os teus olhos cor mar
Teu cabelo cor de ouro
Quero teus lábios beijar
Meu amor meu tesouro
Mas agora sinto-me tão só
Fico triste apensar
Que bom seria
Vir um dia
Em teu lado acordar
Volta de pressa depressa
Para eu te poder abraçar
Volta de pressa depressa
Para mim
Vivo sofrendo por ti
Vivo pensando em ti
Volta depressa, depressa,
Depressa para mim

Autor Fernando Silva                 Vila Flor 1976

Nazareth - Love Hurts (Tradução)

Lady in Blue

TOM JONES - DELILAH

Joe Dolan - CRAZY WOMAN

Raíz da Minha Essência

O início do namoro com a Isabel

Era a primeira vez que ia dançar com ela com outros pensamentos, tê-la nos meus braços passava a ser um desejo, querer tê-la só para mim também. Era a primeira vez que sentia que tê-la era muito bom, pretendia de uma vez por todas acabar com esta situação. Por vezes tinha medo de me apaixonar e sofrer uma decepção, muita coisa passava pela minha cabeça, outras namoradas que tive e que não tinha dado certo porque também não era para dar…
Enquanto a música tocava perguntei-lhe se outros discos se poderiam seguir, ao que ela respondeu que sim.
 Depois da música acabar permaneceu junto de mim, penso que ficou no ar perante todas as pessoa que ali se encontravam, que a partir dali, o Fernando e a Isabel, eram namorados. E assim foi, conversamos, falamos um pouco de nós, começamos a conhecer-nos melhor, fiz-lhe um convite, talvez aquele que ela já deveria ter ouvido uns dias antes, perguntei-lhe se queria ser a minha namorada, sabia que dia menos era isso que iria acontecer, sentia-o, pressentia que algo ia mudar na minha vida, que aquela rapariga fazia o meu género, que estávamos bem um para o outro, que havia de nascer em nós um grande amor. 
Nesse dia à noite estava no Rossio e um amigo passava de bicicleta, parou conversamos um pouco e disse-lhe:
- Deixa dar uma volta na gingara.
 E lá fui, obviamente até à Portela, pois se a Isabel morava aqui tinha que ir, mas não a vi, contudo e depois de entregar a bicicleta ela passou pelo Rossio, gostei de voltar a vê-la, fui ter com ela e disse-lhe:
- Sei que ainda é muito cedo para estarmos juntos para que as pessoas nos vejam juntos, mas no Domingo gostava de te vir buscar a casa, ao que me respondeu:
- De facto ainda é cedo para ires buscar-me mas eu venho ter aqui às duas da tarde.
E assim foi, no Domingo por volta das duas da tarde a minha amada chegava ao Rossio, para passear.
Saímos fomos até à Avenida, onde depois de uns dedos de conversa, decidimos ir ao baile, dançamos quantas vezes nos apeteceu.
Todos os dias nos víamos, de uma maneira ou de outra, até porque havia de ter algum cuidado, enquanto os pais não soubessem.
Mas a vida continuava, entre o trabalho e as brincadeiras, o jogo da bola no Campo do Colégio, o visitar a Fonte Romana, a Volta dos Tristes, o passar no Arco de D. Dinis, eram como sede uma obrigação se tratasse.
 Apesar de começar a ter o coração ocupado as visitas àqueles locais ocorriam diariamente, os amigos continuavam a encontrar-se regularmente, apesar de uns namorarem na terra outros fora dela havia que manter a nossa boa relação. Tudo fazíamos para que o bom relacionamento se mantivesse, pois as namoradas em nada faziam mudar a nossa relação, porém as conversas em torno das actuais namoradas nada tinha a ver com aquilo que antes havíamos vivido, o cantar e dedicar a esta ou aquela já era diferente, as serenatas tinham os mesmos personagens mas em alguns casos direcções diferentes. No meu caso para que a minha namorada me pudesse ouvir tinha que pegar um megafone, enquanto outros até a falar baixo se ouvia nas casas dessas damas.
O namoro do Zé e da São

Os dias passavam e o Zé começava a gostar da São. Após vir da tropa deram a conhecer aos meus pais que se gostavam e começou o namoro entre um amigo a quem eu tinha ajudado, e a minha irmã mais velha. Logicamente que ao principio os meus pais ficaram um pouco embaraçados com isso, mas no fundo queriam a felicidade da filha.
Mais tarde o Zé fez o pedido de casamento, todos reunidos na sala, embora eu já soubesse do que se iria passar não disse nada para não estragar a surpresa. Depois do pedido o meu pai disse:
- Sabes Zé é a minha primeira filha, apesar de muito nova é ela que quando a mãe não está segura as rédeas desta casa, vai custar-me muito, porém o que mais me importa é a felicidade da minha filha, e se vocês assim querem, que seja feita a vossa vontade.
Parece-me que ainda estou a ver o meu pai, muito pensativo, um pouco tenso, de vez em quando dizia-lhe:
- Então, agora o que é que quer, o senhor não casou, a minha irmã também quer casar e aí não há nada a fazer.
 Do alto do seu respeito empreendedor, dizia:
- Pois é, quero ver quando tu estiveres no meu lugar como vais reagir.
- Olhe meu pai, Deus queira que esse dia aconteça e que o Senhor esteja cá para ver.
- Então vou gostar de te ver no meu papel, quero ver como tu reages a esta situação.
- Há-de ser muito bonito e um bom sinal, é um sinal que o senhor é avô e se prepara para ser bisavô. 
  
O Rancho (contradança)

Era a segunda vez que ia participar nesta representação só que este ano era diferente já tinha alguma experiência de outros anos e tínhamos por obrigação de fazer melhor. Começaram por escolher os pares, nesse ano fiz par com a minha irmã Teresa. Depois foi o escolher das letras e das músicas. Os ensaios decorriam nos bombeiros, nessa altura sugeriram que fizéssemos outras letras para algumas das canções que iríamos cantar, então fiz alguns versos, que foram do agrado das pessoas e começamos a cantá-los. As ruas da vila engalanaram-se para nos receber, muita gente a assistir nos locais onde dançávamos, cada dança com seu significado, cada dança com sua canção.
Embora gostasse de tudo quanto envolvia a contra-dança, havia uma dança da qual eu gostava em particular, que era a dança do mastro, que consiste num pau que fica ao alto, e é agarrado por uma homem, uma trança, trança essa que depois se desfaz, voltando tudo ao inicio. São dançares bonitos, que levam muito trabalho, muita dedicação, é preciso muita disponibilidade para que tudo corra bem e acima de tudo que as pessoas se entendam. Penso que embora tenham passado tantos anos, ainda hoje éramos capazes de voltar a fazer as danças.
 O meu namoro com a Isabel, ia de vento em popa, os pais tinham aprovado, o que acabava por ser bom para nós, porque nos preocupava esta situação, pois namorar às escondidas poderia ser bom por um lado mas era mau por outro, e assim podíamos aparecer juntos, que já não havia os “contos e ditos”, que o povo gosta tanto, embora nunca tenha dado ouvidos a essas coisas.
As passadeiras no Dia de corpo de Deus

Era o tempo das passadeiras nas ruas, o dia de corpo de Deus, estava a chegar, voltava aquela azáfama de ter tudo arranjado a tempo e horas. Nesse ano a nossa tarefa era ainda mais árdua, mas gratificante, porque tínhamos a percepção de que as pessoas adoravam. Quem queria ajudar ajudava, uns de uma maneira outros de outra, tudo trabalhava com uma finalidade, colocar a nossa rua mais bonita.  
Nesse dia eu, a Isabel, o Zé e a São, saímos juntos, como o fazíamos várias vezes, fomos tirar fotografias para o Hospital da terra, passeamos pela Avenida e depois cada um foi para seu lado, tinha de ser assim, apesar de amigos. Quanto a nós íamos dançar um pouco, o que fazíamos sempre, havia bailes todos os domingos, nos bombeiros, na sede do VilaFflor Sport Club, entre outros locais, sempre com muita gente, eram diferentes de hoje em dia, não havia discotecas, contudo qualquer local dava para dançar.
 As coisas foram acontecendo a pouco e pouco. Passei a encontrar-me diariamente com a Isabel, era importante para ambos que assim fosse. Os dias iam passando e quando chegou a altura fiz o pedido de casamento.

Parabêns Cias -PSP. 1ª Aniversário com Fados na Voz de Fernando Silva.

quinta-feira, 17 de fevereiro de 2011

Noite de Fados.

O Grupo de Fado Solar do Meireles vai estar presente no dia 24/02/2011, pelas 20H00, na Sede Nacional da International Police Association, sita na Rua José Sebastião e Silva, nº.1, em Lisboa. 
É a segunda vez que o Grupo se desloca aquelas instalações para cantar e conviver com elementos das Forças de Segurança, para mais uma noite que se deseja de calor humano.


terça-feira, 15 de fevereiro de 2011

Black


Despedida “Black”

Quatro anos de alegria
Este canino contagia
De pura amizade
Era amigo de verdade
Ficará para a eternidade
Sinto enorme saudade

Ofereci-te do meu melhor
Ficavas em meu redor
Eras pura companhia
Amizade…talvez amor
Meu “black” protector
Companheiro do meu dia

Nos teus melhores momentos
Cruzamos tais sentimentos
De afecto privilegiado
Eras amigo… tão mansinho
Presenteei-te com tanto carinho
 Preciso de ti a meu lado

Hoje, choro desta carência
De uma fugaz apetência
Ainda me custa a acreditar
O meu menino abalou
Mas no meu peito deixou
O sentimento de…amar.

Quantos amigos como tu desejariam de ter o carinho o afecto que sempre te dediquei. Tu não eras um cão és um grande mas um grande amigo.
Autor:Fernando Silva

quarta-feira, 9 de fevereiro de 2011

Amor Florido


Soluços...Sentimentos.

Soluços desfeitos pelo advento
Que tanto afecta meu sentimento
Que se envolve de ternura
De capacidade e mistura
Num profícuo regressar
Às origens às certezas
De nossos olhares de riquezas
De amor há tanto nascido
Que se mantém florido
Pela capacidade de nos olharmos
Regalo-me do teu apaixonar
Da forma do teu acreditar
Que nos leva ao fogo da chama
Que meu amor reclama
No teu olhar…no teu existir.

Autor Fernando Silva

segunda-feira, 7 de fevereiro de 2011

Raíz da Minha Essência


A Selecção da Noite

Todos os dias havia jogo de bola, no campo do colégio, ou na praça. Não havia equipas definidas, era o que cada um de nós escolhia, entre tantas vezes que ali se jogou até que alguém se lembrou de colocar o nome de “A Selecção da Noite”, sim, porque só jogávamos à noite depois do trabalho, para alguns para outros depois das aulas, ou então nos Domingos de manhã. Começava-se a construir uma equipa para irmos pelas aldeias do concelho e não só, jogar à bola, conhecer outras pessoas, que acabava sempre com um lanche, onde todos se davam bem.
Ali não havia ricos nem pobres, toda a gente jogava, havia lugar para todos. Não foi necessário comprar os equipamentos, alguém os ofereceu, tínhamos que pagar apenas as chuteiras e as bolas, mas tudo bem, a malta queria era reinar, jogar à bola, fazer ginástica, ter preparação física, conviver.
 

Os bailes ao Domingo à tarde

Havia domingos em que ia aos bailes, na terra ou fora dela, e assim passava os meus dias, entre o trabalho e as namoradas, entre os bailes da Vila e os de outros locais, para onde ia sempre à pendura, pois não tinha qualquer tipo de veículo motorizado.
Depressa me cansei de andar de um lado para o outro, não tinha sítio certo, não era para mim tal vida, sempre gostei de ficar pela Vila, não sentia nada por ninguém, confesso que até havia raparigas bem engraçadas.
Foi então que permaneci mais pela vila, onde os bailes aos domingos em vários locais, faziam com que os jovens emergissem.
Dançava sem qualquer compromisso, aqui ou ali, não importava com quem, era necessário entrar no espírito do baile. Até que lá havia de haver alguém por quem me interessasse e foi o que veio a acontecer dias mais tarde, também estava na altura de me apaixonar por alguém que me merecesse e alguém que eu merecia. 
Os dias passavam com mais ou menos romantismo, até que um belo dia como que de um clique se tratasse, passou no Rossio uma miúda muita gira, interessante, que colocou o meu cérebro em orbita, perguntei aos dois amigos que estavam comigo no momento se conheciam tal rapariga, responderam que não sabiam. Mas afinal de onde apareceu esta boneca? Um deles respondeu-me:
- É pá então a rapariga acabou de passar por ti e tu já estás assim, não me digas que acreditas no amor à primeira vista?
- Lá isso não sei, mas o que te posso dizer é que esta miúda interessa-me e se não tiver namorado eu vou lançar-me de cabeça.
- Tu deves ser louco!

O amor à primeira vista

Não deixei de perguntar quem era a sua família, pois havia chegado de fora e eu não conhecia, murmurei para com os meus botões, “será que tem namorado?” Andei ali uns dias a indagar.
Tanto andei, tanto procurei que consegui o que pretendia, como o povo diz e com razão quem “desdenha quer comprar”, foi então que a pouco e pouco, dia para dia, as coisas iam correndo de feição. E em cada dia que passava mais me aproximava daquela rapariga, nos domingos ia aos bailes e se ela lá estava. Dançava com ela assim como o fazia com outras raparigas e ela com outros rapazes, pois não havia nada entre nós, contudo quando ela ia dançar com  outros rapazes, sentia qualquer coisa de estranho na minha mente,   parecia que no meu coração começava a ter espaço para alguém, quando a via sentia um aperto no coração. Numa das vezes que fui dançar com outras raparigas uma delas quase recusou a dança dizendo:
- Eu não sei se posso!!! Será que a Isabel não fica com ciúmes?
- Ciúmes? Do que é que estás a falar?
- Então a Isabel não gosta de ti?
- De mim? -perguntei eu - o que é que tu sabes que eu não sei?
- Não sabes por que não queres, deves é ir ao encontro da vossa felicidade.
 Fiquei um pouco baralhado.
No dia seguinte, passou por mim aquela rapariga, e quando o seu olhar cruzou o meu, pareceu-me que aquele olhar doce e comprometido tinha uma certeza, ela começava a gostar de mim, coloquei o meu olhar no dela, ela esboçou um sorriso, como que alguma coisa me quisesse dizer.
Se estava no Rossio quando ela passava sorria para mim eu sorria para ela, pensei várias vezes que aquilo não podia continuar assim, tinha que ir directo ao assunto, tinha que ver quando e aonde deveria arriscar. Passaram-se uns dias e eu sem possibilidades de me declarar, só que estranhei várias idas à mãe de água, dava-me a sensação que os cântaros da água não chegavam ao destino, ou então iam e vinham muito depressa. Comecei a pensar, “mas será que ela também está a pensar a mesma coisa que eu”, pois quantas vezes fosse à fonte quantas vezes eu a via e ela a mim. Quantas vezes perguntei a mim mesmo “o que é que se passa comigo, não me estou a reconhecer, então até aqui nunca tive medo de arriscar e agora estava a oscila”. Os dias passavam e eu nada, queria ter a certeza de que ela também estava a fim de namorar comigo.  
No Domingo seguinte havia os carrinhos na Praça, rapazes e raparigas caminhavam até lá, um local de divertimento de algum lazer, eu também fui e o chegar deparo com aquela rapariga, estava a andar nos carrinhos de choque, com um rapaz e voltei a questionar-me “mas o que se passa afinal? Ela tem ou não tem namorado?”
Quando a volta acabou ficou ali à minha beira, olhei-a disse-lhe olá e ela respondeu:
- Olá tudo bem?
- Podia estar melhor, parece que andamos a jogar às escondidas!
- Então porquê?
- Acho que há qualquer coisa que temos para contar um ou outro e quer eu quer tu parecemos estar com medo, ou será que não estou certo…
 Corou, mas foi bom, percebi que efectivamente havia que dar o primeiro passo. Contudo as outras raparigas que estavam com ela iam de quando em vez dar uma volta nos carrinhos e ela após a minha chegada permaneceu e como não tinha nada a perder perguntei-lhe:
- Vais andar de carrinho ou estás à espera do teu namorado?
- Não tenho namorado.
Fiquei desconfiado, mas pelo sim pelo não convidei-a para dar uma volta nos carrinhos, ela aceitou, fiquei radiante. Depois já com as amigas por perto estas riram, safadas, já sabiam alguma coisa e não diziam nada, também não era para dizer, cada um tem que semear para colher
Chegaram ao pé da Isabel e disseram:
- Nós vamos para o baile e tu já ficas não é?
Não respondendo, perguntei:
- Baile? Onde é?
Lembro-me que me disseram que era na Rua da Portela, mas sinceramente não me recordo da casa, baixo ou garagem de quem, pois os bailes sucediam-se de Domingo em Domingo, ora aqui ora ali, os namorados e não só depressa sabiam onde havia bailes, era um passar de informação tão rápida que se chegasse à Avenida alguém havia de dizer onde o baile era.
 Embora indeciso não sabia se havia de ir se havia de ficar, pelo sim pelo não, fiquei, mas não foi por muito mais tempo, o meu olhar foi seguindo os passos dela, até que ela se virou para trás, olhou para mim, como que de um convite se tratasse. Optei por ficar mais um pouco, não tardei a tomar a melhor decisão, e lá fui eu até à Portela. Quando entrei ela dançava com um rapaz que já nem me lembro quem, pela primeira vez que o nosso olhar se trocou disse-lhe  num gesto labial
- A seguir danças comigo?
Acenou com a cabeça que sim.