domingo, 28 de agosto de 2016

Uma "carronda" que roda vertiginosamente pelos caminhos, outrora passagens obrigatórias de tantos de nós...Um papagaio que voa, de cores leves e se mantém nos céus da terra, voando até às "estrelas" que cobrem o céu, iluminando este espaço de vida. Uma fisga no bolso das calças rotas. Rotas pelas quedas em pleno "carreiro" onde desde a ladeira no "carrinho de rolamentos"...De sapatilhas rotas, sem cor, que o pó da terra cobriu deliciosamente. Lá no alto...as "estrelas" de várias cores, brilham no "sol de Vila Flor". São altos e baixos, acrobacias e periciais feitas por verdadeiros "pilotos" que impregam habilidades genuínas a um espetáculo de vida e cor, que só o sonho de criança consegue conceber. Enquanto no alto, a Senhora da Lapa, estende o seu manto com que protege a minha terra...Numa rua qualquer e de olhos erguidos às Capelinhas da Serra, as "estrelas" são o arco-íris da vida de uma criança feliz.
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Fernando Silva



quinta-feira, 25 de agosto de 2016




Por esse rio acima…corre um leito perfeito que suporta a dor!
Por esse rio acima, venerado pelo teu leito, onde me delicio e deleito…suavemente delicioso.
Neste “Paraíso Maravilhoso”. Espreito as águas, afago as mágoas e subo ao cume das montanhas, de belezas tamanhas, de olhar meigo e ternurento sigo as estrelas que se escondem e de brilho nos olhos ali me penitencio deslumbrado com a riqueza em céu aberto. E o rio? O rio… ali tão perto. Margens sucadas de dor…e no deixar do suor, crescem cachos de uvas fartas que darão vida ao “Nectar dos Deuses”.
“Por este rio acima”, onde a beleza é infinda há valimentos recíprocos que dão cor à vida. Espelhos de água onde te revês e de quando em vez as aves te acompanham, num vai e vêm constante.
“Por este rio acima”, há uma solidão profunda que nos leva aos encantos por desvendar…Numa procura constante por entre escarpas, onde os passarinhos fazem seus ninhos e o nosso olhar se fixa na perfeição com que preservam e defendem as suas crias. Assim é este tesouro banhado pelo Douro de encantar.  

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Fernando Silva

terça-feira, 9 de agosto de 2016


Este pedaço de Terra, cheira a pinheiros da serra, cheira a saudade sentida…uma bênção do Divino, está no nosso caminho, faz parte da nossa vida. É sublime esta ladeira, não me move a canseira, quero subir a teus pés…da Senhora da Lapa rezar, das escadas do seu altar, vou dizer o que tu és. És Flor ali concebida, a chegada e a partida, de filhos no seu regresso, com ruas de cheiro intenso… Vila Flor amor imenso a teus pés eu me confesso!  Encanto dos meus encantos…cada rua uma oração, na saudade dos meus prantos cobrem-se com teus mantos teus filhos de coração! Emergem em ti os desejos, trazidos de tantos lados…cobrem-te de abraços e beijos, não findam nossos bocejos nas gerações do passado.   Neste jardim encantado, existem flores aos molhos, de requinte aveludado o teu presente-passado a menina dos meus olhos.  Dorme à noite comovida, ao luar que nos abraça, faz parte da nossa vida…esta terra tão querida, um grande amor nos enlaça. Nada deixado ao desdém, a flor-de-lis desenhada, és a mãe de tanta mãe, por esses mundos além… és minha moura encantada! Nos teus encantos sem par, cada lenda é uma lição, por vezes digo a rezar, as tuas rosas de toucar... moram no teu coração.

Fernando Silva