terça-feira, 30 de setembro de 2014
Muralhas…
Há vida nos teus sentidos
Pedaços da tua história
São os tempos mais vividos
Que não saem da memória
Teus olhos são nossa luz
Teu corpo é o nosso rio
Que à saudade nos conduz
Nesse enorme desafio
Nas ondas desse teu mar
Há formosura e sedução
É teu navio a navegar
No mar da nossa paixão
Nos meus sonhos és sereia
A terra que nos criou
Em noite de lua cheia
És o mar que não findou
D. Dinis o Lavrador
Fez de ti a nossa glória
Jardim da mais linda flor
Pedaços de nossa história
Fernando Silva
segunda-feira, 29 de setembro de 2014
Caem folhas...
Há tanta folha caída
No chão do teu lamento
Tanto pedaço de vida
Derramado pelo tempo
Chegou a hora do fim
o Tempo tudo levou
Caem folhas de mim
O vento tudo levou
É a esperança que se apaga
Vinda de ramos batidos
A vida das folhas se acaba
Nos sentidos... dos sentidos!
Folha caída... vida finda!
A terra tem outra cor
O sangue corre-lhe ainda
Nos balados desta dor
Bem-vindo sejas outono
Rebentos novos... fadiga!
Tantas folha ao abandono
Nos balados desta vida
Foi verde cor de esperança
Viçosa no seu querer
E no sangue da vingança
É força do seu viver
Fernando Silva
Sinto... no silêncio das palavras!
Acordo no leito do meu rio, vivo as tuas horas amargas e tristezas em desalinho...
Porém as doces frases rosadas, ditas no silêncio, são bramido do desejo! Seguro, pego tua mão e num beijo, beijo o meu mundo. A noite chama-nos e o amor que em nós semeia virou fruto ao nascer! Sinto a água quando passa e o vento que abre a vidraça traz-me recados de ti...Doce é o momento em que beijado pelo vento o meu olhar se consola. Olho o horizonte que fica defronte, onde tu te colocas! Daqui, vejo o meu rio e no mar dos meus desejos vejo-te sereia, princesa dos meus sonhos. A noite, sim a noite és tu, o meu rio és tu, assim como és meu vento, "meu sol" e a sombra onde me deleito e te sonho...
Fernando Silva
sexta-feira, 26 de setembro de 2014
Nas tuas mãos.
Há essa imagem que me segue e que o meu mais ente persegue.. num amor “extraordinário”. Solta-se a chama mais ardente porque esse amor é somente a essência do meu ser. Serro os olhos e sinto as tuas mãos acariciando meu rosto, ali ficam lentamente como o carinho mais imponente que o ser humano pode ter. Regalo-me e no meu interior há um calor que me aquece nas horas "frias". Tu sabes quando o deves fazer, conheces-me, e, é nestes teus gestos que me apeio e a "noite" jamais terminará para nós dois. Depois, bem depois eu beijo as tuas mãos docemente e agradeço-te num olhar. Quando nossos olhares se cruzam é de amor que falam! Trago a mim o calor dos teus dedos, que tacteiam os meus medos nas saudades dos tempos de criança. Sabes, quantas vezes eu me lembro das mãos que me davam o pão, que o repartiam em pedaços de carinho. Hoje vou ter as tuas mãos nas minhas e ao acaricia-las… vou dizer-te: Obrigado minha mãe.
Fernando Silva
terça-feira, 23 de setembro de 2014
Acontece…
De ternura no olhar se desprega da vida…a caducidade assim obriga!
Mais uma folha se arranca… outra folha ainda, e, outras que se deslaçam em catadupa!
É o outono a chegar, carregado de vento e sem lamento retira da “mãe” mais um “filho” que esvoaça no mar das paixões… e se entrega à terra onde vai ser fertilizante para que outras vidas se ergam na natureza.
Prostradas, são suco do solo que as recebe de mão beijada.
Despida de tudo… coberta do nada, mais uma árvore que ficou ao abandono neste outono, enquanto sem qualquer agasalho aguarda a chegada da renovação!
Fernando Silva
domingo, 21 de setembro de 2014
Meu Tua, minha saudade
Solto de paixão
Desliza o Tua determinado a …amar
As flores, o campo a natureza
As águas doces deste rio de …acalmar
Que por vezes, corre lentamente vazio
Confiando na minha chegada.
Este mar de beleza, avolumada
Intensamente apaixonado,
Num misto de esperança e enternecido
Corre o Tua de mansinho e engalanado.
A leveza da sua água é contagiante
Vai depois, entregar-se ao Douro
Oferecendo o seu mais valioso… tesouro
A natureza pura desta paisagem
Num combinado de ternura e nostalgia
Mesmo o mais rebelde dos seres… ele contagia
Até para quem o vê de …passagem.
Enquanto admiro a sua liberdade
Por entre salgueiros e olmos de …saudade
Poema: Fernando Silva
sexta-feira, 19 de setembro de 2014
Era noite ou dia? Já não sei…Enquanto… debruçado na janela, ouvia o lamento do vento destroçar as folhas despedaçadas do teu manto, dispersas nos valados desta vida…Conquistada de suor e tanto pranto, acrescido pelo ardo trabalho, que te enobrece… no final desta “canseira,” onde fica a vontade de não partir…!
Sereno pranto… adorno fino! Por entre os dedos passavam dores! Dor de dores e dores de amores que a “fúria do vento” quis levar para outros lados…
Fiquei só…no meu lamento, enquanto o vento passava, pelo tempo que me restava, até chegar a ti! Agasalhei teu rosto com o calor dos meus beijos e folha a folha, complementamos o maior dos desejos…viver!
Fernando Silva
segunda-feira, 15 de setembro de 2014
Luar prateado…
Não sei…quando te canto!
Nos umbrais do teu encanto
Onde a lua me namora
Nesse luar prateado
O teu olhar é meu fado
Minha alma por ti chora
Num sinal doce e profundo
Neste amor vindo do fundo
Que minha voz apregoa
O fado corre nas veias
Nesse amor que tu semeias
A solidão me magoa
Há sinais vindos do nada
Na noite iluminada
Que me levam à loucura
Reflexos do teu olhar
No teu mais lindo brilhar
Cintilam na noite escura
Ouço a luz do teu encanto
Iluminar o meu pranto
Nas sombras da escuridão
O sonho comanda a vida
A lua por mais sentida
Faz brilhar esta paixão
Fernando Silva
quinta-feira, 11 de setembro de 2014
O olhar… de nossa mãe!
No olhar duma criança
Há o poder dessa crença
A fé que não termina
Como o olhar de nossa mãe
Que nos olha mais além
Todos os dias nos fascina
De joelhos a rezar
Estava a criança a chorar
Pedindo a Deus Senhor
Não deixes esse olhar terminar
Quero com ele continuar
Eu preciso desse amor
Lágrimas de tenra idade
Com ele traz a vontade
O desejo nessa prece
Aqui passa o seu dia
Rogando à Virgem Maria
Amor de mãe não se esquece
Segura na minha mão
Reza comigo a oração
De louvor a Deus Divino
Terá sempre em seu olhar
No mais bonito acordar
O olhar do “meu menino”
Fernando Silva
terça-feira, 9 de setembro de 2014
Procuro… na noite.
Pela noite…abandonada!
Disse-me aonde morava,
Nos segredos dos seus medos
Pela noite destapada...
Aquela mulher amada
Guardava ali os segredos
É rude a vida onde me acamo
E aquela mulher que amo
Dorme fora do meu ninho
Sofre a lonjura da vida
Em cada noite vivida
Eu vivo sempre sozinho
Mau momento…foi-se embora!
Já não sei onde ela mora
Talvez na esquina da vida
Percorro as ruas desertas
Mesmo de portas abertas
Não vejo a mulher perdida
Uma sombra na janela
Talvez possa ser ela
A mulher do meu encanto
Ando na vida à procura
Num momento de ternura
Encontrei quem quero tanto
Fernando Silva
sexta-feira, 5 de setembro de 2014
Acordo na noite…
Os vitrais da capela reflectem na solidão do meu quarto! Sinto-te perto de mim, nos meus sonhos flutuas como gaivota. Trazes a liberdade contigo e num desafio arrojado quiseste que seguisse a teu lado! Para onde me queres levar? Perguntei no silêncio, enquanto a noite dorme repousada no meu leito…em voz serena retorquíste: -Levar-te no meu peito e seguir novos horizontes, passar fragas e montes, dormir agarrada a ti, na beira desse meu rio… onde te espelhas e revês e quando em vez a saudade acontece. Ouço o som dum beijo teu e voltei a adormecer! Desejei que o sonho continuasse …enquanto as minhas “asas” batiam no encanto do teu ser. ..
Fernando Silva
Nesse Poema
Se eu te fizesse um poema,
E depois fosse ao cinema
Para ver a nossa história
Ter o teu nome gravado
No mais bonito do fado
Os momentos de glória
Segurar em tua mão
Enquanto ouvia a canção
Que o povo mais adora
Ouvir Amália a cantar
Uma guitarra a trinar
E um poema que chora
Enquanto os verdes trigais
Desabafam os teus ais
O sol ilumina a terra
Os rios correm pró mar
Neste poema a cantar
Que tanta beleza encerra
Lembro esse canto da sala
Onde o amor mais embala
Guardo mais recordações
Aquele meloso beijo
Ditou o nosso desejo
Uniu nossos corações
Fernando Silva
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