domingo, 30 de dezembro de 2012

Pedaços de uma vida.

Flor…nascida.
 
Há um lugar esquecido!
Que trago sempre comigo,
O cantinho onde nasci,
Não me sai da lembrança,
É assim desde criança…
Desde o dia em que a vi.

Seus caminhos recatados,
Fazem parte dos bocados…
Retalhos da minha vida!
Que o mais pequeno seixinho?
Murmura devagarinho
Numa dor… tão reflectida.

Há flores… nestes caminhos,
São meus eternos carinhos!
Na terra que me criou,
Retribuo ao meu Divino…
A quem desde menino,
Agradeço pelo que sou.

Há recantos, neste encanto…
Que enobrecem meu pranto!
Pela separação sentida,
Onde há outros corações!
Que sofrem de emoções,
São parte da minha vida.

Nesse cantinho… adorado,
Meu presente e passado!
Sempre em mim vai ficar,
Como a Flor das minhas flores
Amor de tantos amores…
Ou “musa” do meu trovar. 

Autor: Fernando Silva

sábado, 29 de dezembro de 2012

Luz...Amor..

Ao luar da Lua.

Toquei com a ponta dos dedos
No céu dos teus segredos
E a Lua a testemunhar,
Eram dois corações sentidos,
Dois corações tão unidos,
Com tanto amor para dar

A noite espantou os medos
Nos lençóis dos teus segredos
Houve carinho e ternura,
Numa paixão tão ardente
E num receber comovente,
Houve gestos de brancura

Foi um derrubar de cuidados
Que apenas os namorados
Transluzem ao luar, à Lua,
Que, ao Mundo transparece
Com se fosse uma prece
Nessa imagem tão nua

A Lua usou terna sedução
E deslumbrante paixão
A dois corações amados,
O céu brilha de magia
É noite parecendo dia
E nós enamorados…

Autor: Fernando Silva

segunda-feira, 24 de dezembro de 2012

É Natal.

Estrela…Luz.

Certo dia apareceu
uma estrelinha no céu
com brilho de magia,
Dava a conhecer ao mundo
o nascimento profundo
Que nos enche de alegria

Nascia o Redentor
Filho de Nosso Senhor
e da Virgem Maria,
Nascido do Ventre Divino
Ele é nosso Deus Menino
Haja Paz e harmonia

Neste Mundo de saudade
É o Rei da humanidade
Messias o Salvador,
Deseja Paz no Mundo
e num pedido profundo
que nunca falte o amor

Há uma estrela cintilante
Num desejo dominante
Aos mais necessitados
que nunca lhe falte a luz
e a presença de Jesus
Aos pobres por Deus amados

Autor: Fernando Silva

domingo, 16 de dezembro de 2012

Recordações...

Em traços… largos.

Lembro os tempos… de criança,
Que a vida não me traz mais!
Entre o amor e a esperança,
Há momentos na lembrança
Do colo… dos nossos pais.

Recordo… os primeiros passos!
Ao colo de minha mãe,
Do pai recebi abraços
Destes dois amores tão laços
Nem toda… a criança tem.

Pelos caminhos… da escola,
Conheci meus companheiros,
Com os livros na sacola…
O sete na camisola,
Para brincar nos recreios.

Depois… conheci o amor!
Pra com alguém partilhar,
Nessa Amendoeira em flor…
Dos teus lábios o sabor,
Vou eternamente lembrar.

Recebi… o melhor da vida,
Trazidas na dor de mãe,
São a alegria mais querida,
Vindas da dor mais sentida
Que a própria… vida contêm.

E quando… já for velhinho!
Quero ter-te a meu lado,
Pra retribuir o carinho,
Deste amor tão amarinho
Que na vida me tens dado.

Autor: Fernando Silva








domingo, 2 de dezembro de 2012

Mendigo.

Sofrimento…sofrido.


Não sei o que sinto em mim,
Nem sei porque estou assim,
Da vida desmoralizado!
Peço esmola de mão fechada,
Onde não cabe mais nada
Na vida de um desgraçado…

Trago um pedaço de pão
Envolvido de razão,
Alimenta o meu alento,
Recordo na caminhada,
Tendo tudo! Não tive nada,
A vida é sofrimento

Existe um grande vazio,
Onde me abrigo do frio…
Em noites de tempestade,
Só… a humildade ali mora,
E, meu olhar que chora,
Pela minha dignidade

Não conheço outro abrigo,
O que se passa comigo!
Em meu pobre coração,
O tempo passa a correr…
Sinto o frio a bater!
São horas de solidão.

Autor: Fernando Silva

Meu País...

Portugal onde vais parar?


Corta o peito só de ver…
Há tanto dente a bater!
Na gelada noite fria,
Há lençóis de realidade
Nesta pobre Liberdade
Sofre-se no dia-a-dia

Onde mora a Democracia?
Termina a noite, nasce o dia,
Tudo volta à normalidade!
Os pobres, nem têm para comer,
Os ricos a enriquecer,
É esta a Liberdade?

Quem nos rouba não tem punição!
Possuem sempre a razão…
A justiça não é equitativa,
Fazem os maiores disparates,
São os responsáveis dos desastres,
Os justos não têm vida…

Despede-se com a maior naturalidade,
Nesta hostil sociedade!
Onde as crianças não têm pão…
O fosso cada dia é maior,
Vamos de mal a pior…
Só o “poder” tem razão.

Há tanta gente na rua
A dormir quase nua…
Sem roupa para se tapar,
Há tanto bandido à solta
Que me provoca revolta,
Portugal…aonde vais parar?

Autor: Fernando Silva

Abraço ao tempo

O tempo passa… 


Abraça o tempo que passa
De sentimentos sentidos
Nesse abraço que nos enlaça
Desses momentos vividos

Se recordar é viver
Vivemos para recordar
O dia no amanhecer
A noite no terminar

Passa o dia e quando passa
Pelas ruas mais escondidas
O tempo que nos abraça
Vem sarar as nossas feridas

Há tanto tempo escondido
No fundo do coração
Há tanto tempo perdido
Na nefasta solidão

Ama o tempo que passa
Que a vida só tem valor
Quando o tempo nos abraça
Na ternura e no amor

Autor: Fernando Silva







sábado, 24 de novembro de 2012

Lisboa

Varandas desta cidade


Nas varandas da cidade
Observo a liberdade
E os bairros de tradição
Do cimo destas colinas
Ouço vozes de varinas
Que tocam meu coração

Varandas dos meus olhos
De feixes de luzes aos molhos
Que iluminam esta cidade
Que traz um olhar sentido
Dum grande amor proibido
Nesta rude sociedade

Anda o Fado pelas vielas
Jardineiras nas janelas
Têm cheiro de saudade
Há sorrisos de revolta
Andam palavras à solta
Pelas ruas da cidade

Autor: Fernando Silva




domingo, 18 de novembro de 2012

Reconhecimento…

Na Senhora da Assunção
Em plena oração…
Ouviu-se gemido, sentido!
Era um grito de alguém!
Agradecer à “Nossa Mãe”
A vinda de um filho querido

De lágrimas no olhar,
Em frente daquele Altar!
Esse alguém agradeceu,
À virgem Nossa Senhora,
Apesar de pecadora!
O seu filho apareceu.

Há dias que anda perdido!
Não me sai do sentido…
Quando voltarei a ver?
Um filho a quem tanto dei
E todos os dias amarei
Como foi acontecer?

Prometo a Nossa Senhora
Não ser mais a pecadora
Acredito na fé de Deus
Daqui deste Cabeço
Vejo aquilo que mereço
De mãos voltadas aos céus.

Autor: FernandoSilva

sábado, 10 de novembro de 2012

Imagens…tua.
Fecho os olhos…vejo a luz!
E uma alma tão carente,
Na Lua que me conduz…
Nesse luar que produz,
Mostra o caminho da gente

Imagens… sinais de vida,
Trazidos num grande amor
Trago a alma tão sentida…
Que a Lua por mais contida,
Produz enorme calor!

Os encantos deste quadro
Mostram a beleza da vida
Que desde menino guardo
E todos os dias trago
De uma forma tão vivida

Autor: FernandoSilva

quarta-feira, 7 de novembro de 2012

Outuno

Caducidade…

Caem folhas no caminho,
Neste silêncio… sozinho!
Nesta queda… tão sentida,
Prá folha que sai assim
O tempo chegou ao fim,
São sinais da própria vida…

É o Outono a passar…
Tanta vida a terminar
Nos caminhos da adversidade!
Nesta vida… de sofrimento,
As folhas caem com o “vento”
É esta a débil realidade

Agora, no chão, caídas!
Dão lugar a outras vidas
Ao chegar a Primavera,
Profícua caducidade…
Chega a hora da saudade!
Para a folha caída é quimera

Dá tristeza para quem passa
Nesta vida pouco laça!
De sofrimento… de azedume,
As folhas caídas no chão
Partem-nos o coração,
Nesta vida de queixume

Autor: FernandoSilva

quinta-feira, 25 de outubro de 2012

História

Terra…Mãe…Flor.

Perduras no pensamento
de quem te sente!
Não sais da memória,
daqueles que tanto… te amam,
numa paixão  inigualável de amar!
e, no mais aprazível admirar,
Terra… és história.
És preciosidade dos que te proclamam,
de socalcos de abundância,
de elevada procura,
tens sorriso de criança
em momentos de ternura.
Mãe..
Transluz soberba paisagem
que meu olhar contempla,
vindo de esbelta aragem
que meu afecto complementa,
és contágio maternal…
De olhar profundo tão abissal,
as pedras e pinhais que te rodeiam
adornam a natureza que te criou,
Divina…e, nesse olhar de menina,
há paixão, esplendor, neste profícuo amor,
És Flor…
Vila de aromas fartos e miradouros altaneiros,
onde contemplas a vida…
Nesta paixão desmedida… recordo-te desde criança,
desde então, meu coração, por ti chama!
Imagino-te! E, num mar de saudade…,
apego-me na tua riquíssima história,
Terra…mãe…flor.
Não sais da minha memória.

Autor: Fernando Silva