sexta-feira, 28 de agosto de 2015


Nostalgia de mim.

Casa fechada...de portas abertas! Contudo...sem nada, de certezas incertas. Triste quando é dia, à noite entristece...A luz que alumia por vezes escurece! Meu lamento é triste e desde que partiste que não abro a porta...fechou-se com o vento! Perdida no tempo, fechada ou aberta que importa? As chaves da vida, corações abriram...na casa despida os corações partiram...Abriram-se à saudade, numa tristeza atroz....foi felicidade, foi alegria entre nós. Palco de alegrias que uma família infinda...vivia na harmonia meus pedaços de vida. Recordo o lugar...onde tanto amei! No teu "terminar" mais triste fiquei. Serve-me a saudade, a paz que reinava, uma família de verdade que ali morava.

Fernando Silva

Tomás e os amiguinhos

 

Tomás é um menino muito pequenino, mas com um coração enorme. E no seu coração existia uma amiga especial: Sophia, uma linda girafa de borracha! 

De noite e de dia ela era a sua companhia para todos os momentos. Nunca comia sem que tivesse a sua amiguinha por perto. E antes de adormecer, segurava-a com muita força, pois sabia que ela iria tomar conta dos seus sonhos e torná-los ainda mais doces... Adormeciam abraçados e abraçados acordavam para um novo dia. 

Um dia os seus pais foram passear até ao parque do lago. Tomás pegou a sua amiguinha e caminhou pelo parque durante vários minutos. 

Um chuto numa bola que foi pontapeada por outra criança despertou a curiosidade do pequenote que ali ficou por alguns minutos a deliciar-se com a brincadeira de outros meninos.

 Depois, segurou a mão do seu pai e seguiu quase correndo em direcção aos baloiços, mas antes pediu à mãe que tomasse conta da sua amiguinha Sophia, pois precisava das duas mãos livres para se proteger e brincar em segurança.

Enquanto os seus pais o observavam, Tomás brincava radiante da vida. Sim, já era tarde, mas mesmo assim pediu para ficar mais um pouco, tudo isto sem nunca perder de vista a sua amiguinha. Experimentou o escorrega e foram vários os momentos de pura magia que aconteceram naquele parque. Um palhaço apareceu e fez as delícias das crianças que entusiasmadas riam e conviveram, brincando com balões e muitas bolas de sabão. 

Já anoitecia, quando ao passar junto ao lago, Tomás cansado de tanto brincar, deixou cair a sua amiguinha Sophia à água. Triste, o Tomás chorou, chorou porque não tinha conseguido proteger a sua amiguinha e agora não a conseguia encontrar no meio de tanta água. A escuridão da noite tornou mais difícil a sua procura. Seus pais ainda tentaram encontra-la mas todas as tentativas foram em vão. De regresso a casa, Tomás foi todo o caminho a chorar pois sabia que a sua amiguinha Sophia, a girafa de que tanto gostava, tinha ficado sozinha nas águas frias do lago. Os dias foram passando e a tristeza da criança era partilhada por todos os que dele gostavam. Um dia, os pais do Tomás prometeram-lhe que tudo iriam fazer para trazer para casa a sua amiguinha. E assim foi.

Um domingo muito cedo, saíram para passear no parque. Tomás queria tanto encontrar a sua Sophia e quando chegou ao lago olhou e disse a seus pais:

- Num tá! Num tá!

- Pois não, meu amor! – Disse a sua mãe – A tua amiguinha girafa não está.

Enquanto o Tomás e sua mãe conversavam, seu pai ausentou-se daquele lugar e percorreu todo o lago com o seu fiel quatro patas, Max. Já cansados e desanimados por não encontrarem a Sophia, os pais quiseram vir embora mais cedo do parque. Max, ainda não tinha desistido de procurar e ao ver a criança tão triste, ganhou forças, entrou no lago e percorreu junto das margens como se de uma última tentativa se tratasse. Enquanto os pais tentavam animar a criança, e sem que ninguém estivesse à espera, Max, o cão protector, apareceu com a girafa na boca. Tomás, ao ver tamanho quadro, sorriu e correu em direcção ao seu amigo Max. Feliz, beijou o boneco de borracha e abraçou demoradamente o seu cão. Agradecido pelos carinhos, Max encostou a cabeça à criança e sem retirar os olhos da girafa, ali ficaram durante largos momentos.

De regresso a casa, a viagem foi mais alegre e os pais puderam assistir à felicidade do seu filho. Agora sim a família voltava a estar completa.

 

Fim

Fernando Silva

Obs: Conto para crianças.

quarta-feira, 26 de agosto de 2015















São rosas Senhor!
São rosas de toucar... nascidas neste jardim. Pedaços de vida, onde a vida nos espera! Jardins de encantos...regados com laivos de amor e poesia. Onde o poeta se esmera e lúcido olha o teu manto cor de ouro e coloca em tuas mãos o melhor tesouro...tu, "Terra Amada" , por quem se chora no longínquo dos lugares e se traz a cada momento em nosso peito. Perfumes que nos tocam e nos reportam ao lado contemporâneo da vida. Nesse canto que se enamora de pedaços de história. És tu a rainha dos sabores, nos montes, nas flores que em ti crescem e são a razão do meu existir.
Fernando Silva

Olha em meus olhos e diz o que te vai na alma. Desabafa os silêncios sofridos e contidos que em ti deambulam. Diz-me porque dormem os silêncios em teu ser? Apaga de ti o medo... solta a voz dos revoltados e oprimidos que os "tempos" não deixaram expressar! Vive, liberta-te das garras de quem te mata. Abre os braços e voa na liberdade, desafia quem te perturba, dá o grito mais esperado e diz não...basta, porque só se vive uma única vez.
Fernando Silva

domingo, 23 de agosto de 2015

S. Bartolomeu,
Meu Santo protector,
Por mim tão amado
Filho do Senhor.
Como eu te venero,
O Teu amor eu quero,
Por Ti tenho graças
De Ti tanto espero

Levo o olhar ao céu
Trago a Tua imagem
Alivia-me a dor,
Dá-me força e coragem
Levo o olhar ao céu
Trago a Tua imagem
Tu és companheiro... da minha viagem!

S. Bartolomeu
És meu companheiro
Tal como o Senhor
És do mundo inteiro
És meu padroeiro
Como eu Te quero
Meu conselheiro
Como eu te venero

Levo o olhar ao céu
Trago a tua imagem
Alivias-me a dor
Dá-me força e coragem
Levo o olhar ao céu
Trago a Tua imagem
Tu és companheiro... da minha viagem!

Quero estar a teu lado,
Apóstolo de Jesus
Tu és o caminho
Que ao céu me conduz
Santo milagroso
Ouves as minhas preces
S. Bartolomeu
De mim tudo mereces

Levo o olhar ao céu
Trago a tua imagem
Alivias-me a dor
Dá-me força e coragem
Levo o olhar ao céu
Trago a tua imagem
Tu és companheiro... da minha viagem!

Tal como o Senhor
És do mundo inteiro
Vila Flor Te idolatrou
O seu padroeiro

Levo o olhar ao céu
Trago a tua imagem
Alivia minha dor
Dá-me força e coragem
Levo o olhar ao céu
Trago a tua imagem
Tu és companheiro da minha...viagem!

Em louvor de S. Bartolomeu

Fernando Silva

sábado, 15 de agosto de 2015


Num banco de jardim uma velhinha chorava sozinha as suas lamentações. Dificuldades que a vida lhe trouxe. Pensativa, olhou suas mãos e por momentos ali ficou… lembrou-se e no sofrimento deixou cair uma lágrima.

- Por que chora? Alguém perguntou.

- Dores que não consigo atenuar. Sofrimento que trago quase desde criança e não há maneira de passar.

- Sabe minha senhora? Viver assim é ficar com mazelas pela vida fora. Deixe-me limpar-lhe essa lágrima.

- Não, esta lágrima vai direitinha a meu peito e dar de beber ao meu coração.

- Mas o coração não passa sede!

- O seu…porque o meu sempre passou!

- Como conseguiu viver assim?

- Alimentando-o de lágrimas.

-Pobre velhinha. Disse o homem ao mesmo tempo que também ele deixou cair uma lágrima.

-Não chore meu filho. Hoje, Deus deu-me de presente mais um dia e por isso estou-lhe eternamente grata.

Fernando Silva

quinta-feira, 6 de agosto de 2015

Há um coração partido que geme no seu batido porque lhe falta o amor...fechou-lhe a porta quando este bateu...não pensou no outro coração que sofreu... amarguras por este abandono!
Não sabe se esse coração ainda existe e por vezes ainda persiste em bater a qualquer porta. Um dia, um coração vazio ao senti-lo triste e com frio perguntou-lhe:-Porque sofres coração...haverá alguma razão no teu gemido bater? Procuraste um coração diferente mas olha que nem toda a gente tem um coração para ti! Mais, quando o amor bate à tua porta devias dar-lhe guarida...agora sofres baixinho procuras esse carinho...que vais fazer da tua vida?
-Quem eu quero não me quer! E a porta do coração fecha-se por vezes sem querer, confesso que sofro isolado meu coração ficará fechado à espera de quem o possa abrir!
-Pega a chave do teu coração entrega-a ao "maior ladrão" escusas de ser assaltado...quero abrir a tua porta hoje, amanhã pouco importa não me deixes outra vez desolado.
-Procurei por tanto lado percorri tantos caminhos, sozinho andei perdido, procurei-te de noite e de dia quis a tua companhia fiquei de coração partido.
-Isto de amar é mais difícil do que todos nós pensamos...sofremos neste existir em cada porta que se possa abrir, mas... há só um que nós amamos...
(...)
Fernando Silva

Gerações...
 
O frio gelava-lhe o rosto, as obrigatoriedades impostas pelas adversidades da vida provocavam-lhe fúria. Nesse dia de Inverno, adverso, Beatriz percorreu as ruas da aldeia curvada ao encargo da responsabilidade, cuidar da casa e dos seus familiares, traze-los limpos e asseados, era como se de uma obrigação se tratasse. Corpo franzino que o frio e o vento faziam tremer como varas verdes. Um agasalho pobre e roto, rasgado pelo tempo, era insuficiente para enfrentar tais condições invernosas, aliadas a uma vida rude, vivida no seio de uma família com vários conflitos sociais. Desde muito cedo Beatriz teve de crescer de uma forma rápida, quase não teve tempo para ser criança e poder deliciar-se e dedicar-se às brincadeiras próprias desta condição, uma vez que o nascimento de seus irmãos lhe impunha uma maior responsabilidade, imposta de forma quase natural, não fosse ela a mais velha. Mas Beatriz não era só isso, era também uma apaziguadora dos vários conflitos vividos por seus pais, que possuíam problemas mal resolvidos, que advinham ainda dos tempos de namoro. Aliados ao facto de Jerónimo ter problemas principalmente quando ingeria bebidas alcoólicas, o que o levava a ter uma postura desprezível, para lá do álcool o cigarro era outras das suas predições, fumava cigarro a traz de cigarro, quem para ele olhasse via nele um farrapo velho!
Um dia Beatriz disse para seu pai:
-O nosso destino está marcado, porém há quem lhe queira apressar e o Senhor está nesse caminho! Não se deixe apanhar...
(...)
Fernando Silva

segunda-feira, 3 de agosto de 2015

As primeiras palavras desse livro foram escritas por ti, recordas-te? Perguntava-te julgando que me ouvias… mas não, não era assim, com muita mágoa minha. A água corria lentamente da Fonte, esta, deixava transparecer cumplicidade, a calmaria das águas e a nobreza da floresta ofertavam o maior sossego, num cenário sublime. O canto das aves era a melodia mais desejada para o momento.
Fechei os olhos e foste minha, entrei no sonho que ambos sonhando acariciávamos a vida com a p
onta dos dedos, sem receios sem medos, capazes de devorar o mundo! Fortes como a rocha, determinados como o mar, calmos como as aves que sobrevoam o espaço onde habitamos.
Comovidos pelo acontecer, deixamos cair uma lágrima na chagada, que era tudo e nos alimentava como água da sede de quem se beija, como a carne que se deseja e ali ficamos agarrados à vida e à forma abrasadora com que nos acariciávamos.
Era noite, colorida a vida, pelos sabores mais requintados, apaladados na paixão arrebatadora de quem ama, e, que nos une na paixão dos amantes, desavindos pela distância que gostaríamos de ver diminuída, mas que o tempo não apaga e anseio que o amor nos traga. Da varanda do telheiro espreito o teu sorriso, trazido na foto que observo apaixonadamente-apaixonado do teu rosto, ali continuo olhando cada traço teu, quis olhar-te nos olhos. Coloquei a minha mão sobre o teu rosto e acariciei-o perdidamente, o teu olhar meigo e ternurento queriam contar-me algo, fui incapaz de deter as minhas lágrimas, que escorriam pela minha fase, queria tanto te poder beijar nesse momento...ondes estás? Talvez perdida na paixão dos amantes, ouvindo a sinfonia das aves que em nossos sonhos se deliciam...

Fernando Silva