quarta-feira, 30 de dezembro de 2015



Memória de mim...

Deixei o silêncio falar...escutei a sua voz! O tempo está a passar... o vento quase a chegar, corre... à procura de nós! Andei na noite perdido...sem nunca ter encontrado, lembrei esse abraço amigo, o sonho fica comigo e tu ficas a meu lado! Abençoado momento...que o tempo não apaga! Foi no maior sentimento, foi como fúria do vento, peço tempo que me traga. A criança que sorria...numa lareira sem lume! E no frio que fazia, tinha a tua companhia... o teu amor, o teu perfume. Num braseiro apagado...sinto o calor dos teus beijos! O vento passa-me ao lado e o tempo por nós passado,  recorda-me os meus desejos!
Fernando Silva​

terça-feira, 8 de dezembro de 2015


"Terra abençoada"


Não sei se disse à saudade
naquela tarde...que tu partiste!
O lenço por ti bordado
terá ditado que o amor existe

Deixei no fundo da rua
imagem tua...num lenço branco
Tinha com ele a saudade
toda a verdade do teu encanto

Estar longe dá tanta dor
mas este amor...tudo suporta!
Essa saudade é amor
que não ficou apenas à porta

Seguiu os trilhos da vida
por nós vivida...nesta lonjura!
Os momentos da partida
são a saudade nesta ternura

Ficaram folhas caídas
nas nossas vidas...tudo acontece
Os espinhos separados
são maus bocados
que não se esquece

Pode o dia ser jardim
mas para mim... és terra amada
Quero ouvir os teus passos
ficar em teus braços
Terra abençoada...

Fernando Silva


obs. imagem retirada do Google.
 



Há uma flor daninha que nasce da terra parecendo minha e uma outra que sem o ser também o desejava ser...Há uma flor silvestre que o sol contempla e uma outra que tanto me aquece e o seu perfume aumenta...e sempre que o amor corteja vindo de quem nos ama seja a flor que seja a natureza tudo ama...Assim fosse a sociedade que deixa tanta flor murchar talvez seja a saudade! mas, flor é só pra amar.
Fernando Silva


Sonhos na noite...

Olho o Tejo que me encanta
Neste encontro com as noites...
E na voz que o Tejo canta...
Ouço o som dos seus açoites


Há sempre um porto de abrigo
Um anjo que me enlouquece
Vives no sonho comigo
Sempre que o sonho acontece

Desce Tejo, água pura
Vai namorar minha Lisboa
Mesmo na noite mais escura
O sonho em ti ecoa

Traz Alcântara a namorar
No bairro alto velhinho
Nas vielas a cantar
Anda o Fado "trinadinho"

Saudades dessa Lisboa
Saudades trago comigo
Reviver cada canoa
Saudades do "Fado Antigo"

Lisboa os teus recantos
Possuem maior doçura
Cidade dos meus encantos
Lisboa tu és ternura...



Fernando Silva

quinta-feira, 3 de dezembro de 2015

















Recordar-te é ter-te junto de mim, olhar pequenos gestos que são enormes passagens na nossa vida. Olhar os teus pertences e recordá-los através dos tempos, por serem pedaços que deixaste para que todos possamos partilhar o quão importante és na nossa vida. Histórias vivas, para recordar e contar, orgulhando-me do teu passado. Páginas de um livro que fará parte de nós e em cada folha escrita são memórias do teu sorriso, são delícias e carinhos de quem me deu tudo quanto sou.  

Obrigado meu pai.

Nando 

sexta-feira, 13 de novembro de 2015



Murmuro no silêncio que nos silencia…o dia acorda e a “noite” chega! Nas palavras que escuto inevitavelmente… o luto, cala-nos por momentos e a reflexão é atroz. Um silêncio na voz apodera-se de nós e assim permanece sem motivos aparentes… silencia tanta gente que assola a “sociedade”. De garganta embargada dizem tudo sem dizer nada. Coragem! Cobardia! Dizem tanto que arrepia só de ouvir falar…Quantos já se interrogaram para este martírio findar? Quem consegue calar o silêncio? Quem obtém as razões do desespero?  Dores irreparáveis? Impotência de resolução dos mais variados problemas? Será que só o viver já é um problema? Será que depois do suicídio todos os problemas se acabam? E os que ficam?  Uma doença da sociedade que a própria sociedade não consegue uma resposta cabal para uma situação que nos toca. “O dia acorda mas a noite cai”. A escuridão devasta os mais sépticos. Quem ajuda no silêncio? Dar as mãos nesta dor… evitando outras dores que nos machucam. Apelar ao companheirismo, à camaradagem e à cidadania, são factores preponderante, numa sociedade que se quer unida, nos problemas que não são apenas de quem os pratica mas sim…de todos. Porque quando alguém se vai...é um pedaço de nós que não fica.  


Fernando Silva

quinta-feira, 12 de novembro de 2015



Um beijo que nunca te dei!

Rompe a noite e de mansinho, ouço passos no atalho que me leva ao teu postigo. Desço os degraus da Capela, bebo água da fonte e vou ao teu encontro. Uma estrela luzidia “caminha” em meu caminho. Sereno mas inconstante prossigo minhas intenções, não sei se é da luz dessa estrela mas a rua ficou mais perfeita, será das minhas ilusões? Não sei! Há um sinal que me indica que a janela se fechou…porém os meus intentos ficaram firmes e continuei a caminhada. Ciente que tu ali estavas fui desperto nas sombras que havia nesse caminho. Uma dela a maior parecia-me um roupão despido há pouco, cheirava-me a ti, as mangas acenavam …pensei estar a alucinar mas pouco tempo depois observei o gesticular de outras peças de vestuário presas nas cordas da varanda. Ponderei ser o vento que as fazia mover…num vai e vem constante tal era a força do vento. Meditei! Despi-me de preconceitos e quis segurar nas peças mais íntimas…mas, poderia cometer um erro crasso e pegar vestuário de outra mulher. Resolvi seguir. Espreitei o telheiro onde os teus familiares guardam os cereais, lembrei-me de nós crianças a brincar no balouço que teu avô fez com tanto…tanto carinho. Lembras-te? Esse amor platónico era contagiante que ainda hoje desejo os teus lábios e tu desapareces…Onde é que eu ia? Já sei…subia as escadas que davam acesso ao teu quarto, onde sonhas os sonhos mais desejados e de corpo e alma te entregas num despertar que nos alimenta e nos sossega enquanto lá fora a vida é de esperança…
(…)

Fernando Silva


A vida que se principia é dor…
Talvez poesia! Nutrida num poema de amor…
Cresce como flor num canteiro que tem o teu cheiro!
E sempre que amanhece a dor acorda!
Dá-se a conhecer ao mundo num respirar tão profundo…
Que nos extasia a alma!
E num cultivar permanente, essa flor que foi semente, que a vida escolheu colher…personifica o seu jeito neste querer mais que perfeito.
Segura em seus braços, abraça o mundo. Sentindo o quão forte é ter-se segura e assim continua nos caminhos que a levam pela vida.
O tempo passa…a dor não termina. Essa flor que foi menina, assiste ao desabrochar dos rebentos que seus lamentos ajudam a criar.
Leve como o pensamento segura suas asas e educa o voar. É tempo de olhar o horizonte e agradecer pela vida…o tempo não pára e como jóia rara dedica-se à vida… antes que o vento passe e a leve para longe…enquanto lá fora a vida melhora!
De olhos fechados, de pensamentos finados… segue como pena ou folha que se desprega da vida. Prostrada no solo e enfraquecida entrega-se de corpo e alma!    

Fernando Silva


terça-feira, 10 de novembro de 2015



Medito as tuas palavras e o modo como as acabas ditas de coração…Transportas nas tuas palavras desabafos de doçuras-amargas… Contidas dessa ilusão!
Sentida num cariz diferente, há tanta… tanta gente que nunca sentiu o calor de um “beijo”! Num olhar franco veneras os céus em agradecimento a Deus… de joelhos curvados ali ficas a meditar o teu apreço! A recompensa vinda do firmamento enche-te a alma e jubilas gritando o Seu Nome.  

Fernando Silva 



segunda-feira, 2 de novembro de 2015

quarta-feira, 28 de outubro de 2015













No silêncio da noite
há segredos recônditos…
Palavras sentidas
numa voz que nos chama!
No silêncio da noite
há tantos oprimidos
e uma voz embargada
nos silêncios esquecidos.
Silêncios que a noite…
Levou para tão longe,
onde o “mar” revolto
deixou seus bramidos!
Trazem Liberdade
escrita na garganta
impediram a voz
a um povo que canta.
De que te vale ter medo?
De que te vale ter voz?
Se o silêncio é segredo
que fala por nós!
De punho cerrado
grita Liberdade
o medo acabado,
medo sem idade.
Impunha a bandeira
grita pela rua…e não tenhas medo!
A vitória é tua…
(…)


Fernando Silva


terça-feira, 20 de outubro de 2015

Há uma sombra na sombra…. de um castelo pintado! Que faz as delícias dos príncipes moradores. Ali mora o povo neste castelo adorado, feito maravilhas de tantos amores.
Moram animais de pequeno porte… os mais possantes vão ali pernoitar, de portas abertas viradas prá sorte… sorriem crianças quando vão brincar! Passam as horas, os dias e os meses, naquela casa mora a felicidade, fazem cantorias onde o povo às vezes, transporta no peito um não sei quê de saudade. Há vida com vida para lá dos paredões e uma criança grita:- finde a miséria! Retirem as chaves de todos os portões…. Porque aqui dentro só há gente séria. Um raio de luz ilumina a terra e um arco-íris pintado nos céus, desenhado em amor que jamais encerra… há esse castelo abençoado por Deus.  Crescem as flores nos jardins da vida…brotam as plantas frutos apetecíveis e na natureza por Deus concebida, há castelos de amor tão aprazíveis.  

(…)

Fernando Silva



sexta-feira, 9 de outubro de 2015




Nos degraus da vida... olhas para lá dos montes e a sensibilidade da paz torna-se companhia inseparável neste lugar. Observa-a...mas não me "roubes" o que este lugar tem de mais lindo. Deixa-a ficar no teu olhar para eu poder olha-la a esta distância!
Hoje, tens o olhar mais lindo do mundo,,,
(...)
Fernando Silva


quinta-feira, 1 de outubro de 2015


“Neste poema de amar”

Foste poema de mar
Perfume sal desta vida
No teu doce paladar
Navego d´alma despida

Trago nas ondas do mar
Os mais bonitos desejos
Este poema de amar
Tem o sabor dos teus beijos

Corre a água de mansinho
Vem descendo a ladeira
Nas ondas do teu caminho
Navego a vida inteira

Meu olhar segue essas ondas
Onde mora o teu brilhar
Onde quer que tu te escondas
Teu brilho vou procurar

Navegam barcos vazios
Nas águas loucas do mar
Onde afluem teus “rios”
Neste poema de amar


Fernando Silva 

segunda-feira, 28 de setembro de 2015

“Lua-Cheia”



É noite de “super-lua”
É noite de lua tão cheia
Ao mundo dá claridade
A vida que se perpétua
Onde o amor se enleia
Nas asas da liberdade

Trazida  neste carinho
Entre as torres da igreja
Onde residem nossas preces
Vila Flor no meu caminho
Que Deus te proteja
Meu amor tu bem mereces

A lua cheia de vida
Nos degraus desta capela
Onde Deus quis morar
Nesta noite conseguida
A fé espreita à janela
Neste singelo luar

Encantos apaixonados
Na vida desta Flor
Aonde reside a esperança
A lua tem seus amados
O sublime do amor
Nascido de mim criança

Fernando Silva


quinta-feira, 24 de setembro de 2015




Requinte…Sublime






Soneto


Oh terra Santa e afectuosa
Cuja pulcritude não fenece
És Flor, botão de rosa
És sítio quer não se esquece

Paisagem amistosa sedutora
Tão natural e harmoniosa natureza
És a minha terra encantadora
És requinte sublime de riqueza

Cativante pedaço da minha alma
Que brilha no peneireiro brioso
Que em tarde de amena calma

Detentora do sol mais saboroso
Com que delicias meu alento
Desse paraíso portentoso.

Fernando Silva 

domingo, 20 de setembro de 2015


Afecto à terra

 

Alma,

Desta minha terra

Idolatrada e bela

De afectuosidade inigualável

Quão anseio tê-la,

Vila Flor, meu respirar

Do aconchego do meu lar,

Meu recanto predilecto

Desejo-te,

Pura… singela

Vou preserva-te imune

De qualquer falso perfume

Que te faça amargurada,

Vítrea,

No trato, no contacto

No respeito, na… generosidade,

Sempre branca, sem maldade,

Guia,

Dos meus episódios

Dos meus olhares recônditos.

Atenta,

Sem ódios,

De braços abertos,

A todos os filhos.

 

Fernando Silva
 
 

segunda-feira, 14 de setembro de 2015





Hoje,  ao abrir a janela tive o perfume dos teus sentidos…entrou por entre os cortinados... desenhados por tuas mãos, feitos telas das nossas vidas! A essência do teu ser agrega-se aos nossos pensamentos e em agradecimento por tudo quanto foste para mim...tenho-te a sorrir num retracto que guardo religiosamente em meu olhar. Sigo a nostalgia dos teus braços e retenho-me no mais profundo abraço. Deixo que o tempo não passe, para que juntos possamos partilhar este momento.Peço ao tempo e este voltou atrás no tempo... trouxe-me a tua juventude e voltei a reviver todos os momentos lindos que ambos partilhamos. 
Pai tu não morres...vives constantemente em mim. 

 Fernando Silva 






















quinta-feira, 10 de setembro de 2015













Pim…pim, pim…era o som ouvido na noite, em que à noite o amor se encontrava. Aparecido das sombras, trazia o condão de por ti me ter apaixonado. Sentada num dos degraus desse lugar, de encanto e no recanto escutavas o som da água e aguardavas a minha chegada. Ouvias os silêncios dos meus pensamentos e ansiosamente escutavas o chilrear de um passarinho que procurava um cantinho para pernoitar. Dei-te um beijo na penumbra enquanto a Fonte assistia serena ao nosso reencontro. Beijei as palavras que proferiste e guardei-as no silêncio dos meus lábios. O tempo passou…porém a Fonte nunca secou e ainda hoje faz: Pim, pim, pim, e assim se irá manter… Enquanto os nossos lábios humedecidos na paixão saboreiam a água da Fonte .
Fernando Silva

sexta-feira, 4 de setembro de 2015







Na tranquilidade da paixão pelo mar…as ondas enrolam na areia e as tuas pegadas se predispõem como imagem que fica para a eternidade. Não muito longe dali, um olhar ternurento e doce, acompanha a imensidão do mar. Na idade dos porquês há perguntas que despertam a curiosidade. Foste ver… e o mar calmo tranquilizou o teu pensamento e nele seguiste no sonho de embalar. Deixaste um sorriso que navega nas ondas do teu sonho…enquanto o mar beijava as dunas. Grata pela calma aparente das águas, apenas riscadas pelo denso nevoeiro que se avizinha… deixaste um beijo na crista da onda que partilhaste…
Soube-me a mel!
Fernando Silva





quarta-feira, 2 de setembro de 2015


Livro aberto.

As palavras do meu livro,
proveem  da minha alma,
vividas do sentimento
em imensa ternura.
Falam de aventura,
de ti, de uma tal dor,
que transportamos no peito,
como um amor-perfeito
e que  não queremos machucar.
São palavras de carinho
que cruzam nosso caminho,
de enlace encantador,
só falam de amor
e não saem do pensamento.
São  imagens de razão,
vividas no coração
de quem ama eternamente,
as palavras desse meu livro
vão permanecer para a eternidade,
só falam de amor, de verdade,
que pretendo contigo partilhar,
pelo amor de ontem,
do afecto de hoje e pelo querer do amanhã,
quero estar de livro aberto,
onde se espelham os meus olhos
nas delícias do teu ser,
que anseio diariamente escrever.

Autor: Fernando Silva

sexta-feira, 28 de agosto de 2015


Nostalgia de mim.

Casa fechada...de portas abertas! Contudo...sem nada, de certezas incertas. Triste quando é dia, à noite entristece...A luz que alumia por vezes escurece! Meu lamento é triste e desde que partiste que não abro a porta...fechou-se com o vento! Perdida no tempo, fechada ou aberta que importa? As chaves da vida, corações abriram...na casa despida os corações partiram...Abriram-se à saudade, numa tristeza atroz....foi felicidade, foi alegria entre nós. Palco de alegrias que uma família infinda...vivia na harmonia meus pedaços de vida. Recordo o lugar...onde tanto amei! No teu "terminar" mais triste fiquei. Serve-me a saudade, a paz que reinava, uma família de verdade que ali morava.

Fernando Silva

Tomás e os amiguinhos

 

Tomás é um menino muito pequenino, mas com um coração enorme. E no seu coração existia uma amiga especial: Sophia, uma linda girafa de borracha! 

De noite e de dia ela era a sua companhia para todos os momentos. Nunca comia sem que tivesse a sua amiguinha por perto. E antes de adormecer, segurava-a com muita força, pois sabia que ela iria tomar conta dos seus sonhos e torná-los ainda mais doces... Adormeciam abraçados e abraçados acordavam para um novo dia. 

Um dia os seus pais foram passear até ao parque do lago. Tomás pegou a sua amiguinha e caminhou pelo parque durante vários minutos. 

Um chuto numa bola que foi pontapeada por outra criança despertou a curiosidade do pequenote que ali ficou por alguns minutos a deliciar-se com a brincadeira de outros meninos.

 Depois, segurou a mão do seu pai e seguiu quase correndo em direcção aos baloiços, mas antes pediu à mãe que tomasse conta da sua amiguinha Sophia, pois precisava das duas mãos livres para se proteger e brincar em segurança.

Enquanto os seus pais o observavam, Tomás brincava radiante da vida. Sim, já era tarde, mas mesmo assim pediu para ficar mais um pouco, tudo isto sem nunca perder de vista a sua amiguinha. Experimentou o escorrega e foram vários os momentos de pura magia que aconteceram naquele parque. Um palhaço apareceu e fez as delícias das crianças que entusiasmadas riam e conviveram, brincando com balões e muitas bolas de sabão. 

Já anoitecia, quando ao passar junto ao lago, Tomás cansado de tanto brincar, deixou cair a sua amiguinha Sophia à água. Triste, o Tomás chorou, chorou porque não tinha conseguido proteger a sua amiguinha e agora não a conseguia encontrar no meio de tanta água. A escuridão da noite tornou mais difícil a sua procura. Seus pais ainda tentaram encontra-la mas todas as tentativas foram em vão. De regresso a casa, Tomás foi todo o caminho a chorar pois sabia que a sua amiguinha Sophia, a girafa de que tanto gostava, tinha ficado sozinha nas águas frias do lago. Os dias foram passando e a tristeza da criança era partilhada por todos os que dele gostavam. Um dia, os pais do Tomás prometeram-lhe que tudo iriam fazer para trazer para casa a sua amiguinha. E assim foi.

Um domingo muito cedo, saíram para passear no parque. Tomás queria tanto encontrar a sua Sophia e quando chegou ao lago olhou e disse a seus pais:

- Num tá! Num tá!

- Pois não, meu amor! – Disse a sua mãe – A tua amiguinha girafa não está.

Enquanto o Tomás e sua mãe conversavam, seu pai ausentou-se daquele lugar e percorreu todo o lago com o seu fiel quatro patas, Max. Já cansados e desanimados por não encontrarem a Sophia, os pais quiseram vir embora mais cedo do parque. Max, ainda não tinha desistido de procurar e ao ver a criança tão triste, ganhou forças, entrou no lago e percorreu junto das margens como se de uma última tentativa se tratasse. Enquanto os pais tentavam animar a criança, e sem que ninguém estivesse à espera, Max, o cão protector, apareceu com a girafa na boca. Tomás, ao ver tamanho quadro, sorriu e correu em direcção ao seu amigo Max. Feliz, beijou o boneco de borracha e abraçou demoradamente o seu cão. Agradecido pelos carinhos, Max encostou a cabeça à criança e sem retirar os olhos da girafa, ali ficaram durante largos momentos.

De regresso a casa, a viagem foi mais alegre e os pais puderam assistir à felicidade do seu filho. Agora sim a família voltava a estar completa.

 

Fim

Fernando Silva

Obs: Conto para crianças.

quarta-feira, 26 de agosto de 2015















São rosas Senhor!
São rosas de toucar... nascidas neste jardim. Pedaços de vida, onde a vida nos espera! Jardins de encantos...regados com laivos de amor e poesia. Onde o poeta se esmera e lúcido olha o teu manto cor de ouro e coloca em tuas mãos o melhor tesouro...tu, "Terra Amada" , por quem se chora no longínquo dos lugares e se traz a cada momento em nosso peito. Perfumes que nos tocam e nos reportam ao lado contemporâneo da vida. Nesse canto que se enamora de pedaços de história. És tu a rainha dos sabores, nos montes, nas flores que em ti crescem e são a razão do meu existir.
Fernando Silva

Olha em meus olhos e diz o que te vai na alma. Desabafa os silêncios sofridos e contidos que em ti deambulam. Diz-me porque dormem os silêncios em teu ser? Apaga de ti o medo... solta a voz dos revoltados e oprimidos que os "tempos" não deixaram expressar! Vive, liberta-te das garras de quem te mata. Abre os braços e voa na liberdade, desafia quem te perturba, dá o grito mais esperado e diz não...basta, porque só se vive uma única vez.
Fernando Silva

domingo, 23 de agosto de 2015

S. Bartolomeu,
Meu Santo protector,
Por mim tão amado
Filho do Senhor.
Como eu te venero,
O Teu amor eu quero,
Por Ti tenho graças
De Ti tanto espero

Levo o olhar ao céu
Trago a Tua imagem
Alivia-me a dor,
Dá-me força e coragem
Levo o olhar ao céu
Trago a Tua imagem
Tu és companheiro... da minha viagem!

S. Bartolomeu
És meu companheiro
Tal como o Senhor
És do mundo inteiro
És meu padroeiro
Como eu Te quero
Meu conselheiro
Como eu te venero

Levo o olhar ao céu
Trago a tua imagem
Alivias-me a dor
Dá-me força e coragem
Levo o olhar ao céu
Trago a Tua imagem
Tu és companheiro... da minha viagem!

Quero estar a teu lado,
Apóstolo de Jesus
Tu és o caminho
Que ao céu me conduz
Santo milagroso
Ouves as minhas preces
S. Bartolomeu
De mim tudo mereces

Levo o olhar ao céu
Trago a tua imagem
Alivias-me a dor
Dá-me força e coragem
Levo o olhar ao céu
Trago a tua imagem
Tu és companheiro... da minha viagem!

Tal como o Senhor
És do mundo inteiro
Vila Flor Te idolatrou
O seu padroeiro

Levo o olhar ao céu
Trago a tua imagem
Alivia minha dor
Dá-me força e coragem
Levo o olhar ao céu
Trago a tua imagem
Tu és companheiro da minha...viagem!

Em louvor de S. Bartolomeu

Fernando Silva

sábado, 15 de agosto de 2015


Num banco de jardim uma velhinha chorava sozinha as suas lamentações. Dificuldades que a vida lhe trouxe. Pensativa, olhou suas mãos e por momentos ali ficou… lembrou-se e no sofrimento deixou cair uma lágrima.

- Por que chora? Alguém perguntou.

- Dores que não consigo atenuar. Sofrimento que trago quase desde criança e não há maneira de passar.

- Sabe minha senhora? Viver assim é ficar com mazelas pela vida fora. Deixe-me limpar-lhe essa lágrima.

- Não, esta lágrima vai direitinha a meu peito e dar de beber ao meu coração.

- Mas o coração não passa sede!

- O seu…porque o meu sempre passou!

- Como conseguiu viver assim?

- Alimentando-o de lágrimas.

-Pobre velhinha. Disse o homem ao mesmo tempo que também ele deixou cair uma lágrima.

-Não chore meu filho. Hoje, Deus deu-me de presente mais um dia e por isso estou-lhe eternamente grata.

Fernando Silva

quinta-feira, 6 de agosto de 2015

Há um coração partido que geme no seu batido porque lhe falta o amor...fechou-lhe a porta quando este bateu...não pensou no outro coração que sofreu... amarguras por este abandono!
Não sabe se esse coração ainda existe e por vezes ainda persiste em bater a qualquer porta. Um dia, um coração vazio ao senti-lo triste e com frio perguntou-lhe:-Porque sofres coração...haverá alguma razão no teu gemido bater? Procuraste um coração diferente mas olha que nem toda a gente tem um coração para ti! Mais, quando o amor bate à tua porta devias dar-lhe guarida...agora sofres baixinho procuras esse carinho...que vais fazer da tua vida?
-Quem eu quero não me quer! E a porta do coração fecha-se por vezes sem querer, confesso que sofro isolado meu coração ficará fechado à espera de quem o possa abrir!
-Pega a chave do teu coração entrega-a ao "maior ladrão" escusas de ser assaltado...quero abrir a tua porta hoje, amanhã pouco importa não me deixes outra vez desolado.
-Procurei por tanto lado percorri tantos caminhos, sozinho andei perdido, procurei-te de noite e de dia quis a tua companhia fiquei de coração partido.
-Isto de amar é mais difícil do que todos nós pensamos...sofremos neste existir em cada porta que se possa abrir, mas... há só um que nós amamos...
(...)
Fernando Silva

Gerações...
 
O frio gelava-lhe o rosto, as obrigatoriedades impostas pelas adversidades da vida provocavam-lhe fúria. Nesse dia de Inverno, adverso, Beatriz percorreu as ruas da aldeia curvada ao encargo da responsabilidade, cuidar da casa e dos seus familiares, traze-los limpos e asseados, era como se de uma obrigação se tratasse. Corpo franzino que o frio e o vento faziam tremer como varas verdes. Um agasalho pobre e roto, rasgado pelo tempo, era insuficiente para enfrentar tais condições invernosas, aliadas a uma vida rude, vivida no seio de uma família com vários conflitos sociais. Desde muito cedo Beatriz teve de crescer de uma forma rápida, quase não teve tempo para ser criança e poder deliciar-se e dedicar-se às brincadeiras próprias desta condição, uma vez que o nascimento de seus irmãos lhe impunha uma maior responsabilidade, imposta de forma quase natural, não fosse ela a mais velha. Mas Beatriz não era só isso, era também uma apaziguadora dos vários conflitos vividos por seus pais, que possuíam problemas mal resolvidos, que advinham ainda dos tempos de namoro. Aliados ao facto de Jerónimo ter problemas principalmente quando ingeria bebidas alcoólicas, o que o levava a ter uma postura desprezível, para lá do álcool o cigarro era outras das suas predições, fumava cigarro a traz de cigarro, quem para ele olhasse via nele um farrapo velho!
Um dia Beatriz disse para seu pai:
-O nosso destino está marcado, porém há quem lhe queira apressar e o Senhor está nesse caminho! Não se deixe apanhar...
(...)
Fernando Silva

segunda-feira, 3 de agosto de 2015

As primeiras palavras desse livro foram escritas por ti, recordas-te? Perguntava-te julgando que me ouvias… mas não, não era assim, com muita mágoa minha. A água corria lentamente da Fonte, esta, deixava transparecer cumplicidade, a calmaria das águas e a nobreza da floresta ofertavam o maior sossego, num cenário sublime. O canto das aves era a melodia mais desejada para o momento.
Fechei os olhos e foste minha, entrei no sonho que ambos sonhando acariciávamos a vida com a p
onta dos dedos, sem receios sem medos, capazes de devorar o mundo! Fortes como a rocha, determinados como o mar, calmos como as aves que sobrevoam o espaço onde habitamos.
Comovidos pelo acontecer, deixamos cair uma lágrima na chagada, que era tudo e nos alimentava como água da sede de quem se beija, como a carne que se deseja e ali ficamos agarrados à vida e à forma abrasadora com que nos acariciávamos.
Era noite, colorida a vida, pelos sabores mais requintados, apaladados na paixão arrebatadora de quem ama, e, que nos une na paixão dos amantes, desavindos pela distância que gostaríamos de ver diminuída, mas que o tempo não apaga e anseio que o amor nos traga. Da varanda do telheiro espreito o teu sorriso, trazido na foto que observo apaixonadamente-apaixonado do teu rosto, ali continuo olhando cada traço teu, quis olhar-te nos olhos. Coloquei a minha mão sobre o teu rosto e acariciei-o perdidamente, o teu olhar meigo e ternurento queriam contar-me algo, fui incapaz de deter as minhas lágrimas, que escorriam pela minha fase, queria tanto te poder beijar nesse momento...ondes estás? Talvez perdida na paixão dos amantes, ouvindo a sinfonia das aves que em nossos sonhos se deliciam...

Fernando Silva


sexta-feira, 31 de julho de 2015

Peguei as tuas palavras sábias e com elas construí a melodia dos nossos dias.
Ao mar falei da nossa distância...às pontes falei da separação de quem se ama e quando olhei o céu reparei em ti.
Anjo...que doce beijar! E nos porquês dos teus lábios... adocicados pela ternura de quem se deseja, encontrei a paz desejada. Enquanto interpretávamos as frases mais sentidas em nosso existir.
Anjo...ao rimar navio com saudade lembrei o distanciamento de quem se gosta.
Viajar no tempo… traz a vontade com que te desejo, e, no mais imaginável beijo sorri ao luar, onde brilhas na noite dos encantos trazida pela sublimidade no anseio do teu corpo. Vontades descritas pela água riscada na mágoa de não te ter…
Talvez o mar acorde e me leve para longe os meus fantasmas. Enquanto na areia frígida um corpo pega a chama de quem se ama. Vontades…apenas vontades que a mente procura… enquanto na noite escura o teu brilhar inebria a firmeza dos teus sentidos.
Lá longe onde o mar acorda e a noite termina há um laço de saudade que se enlaça nas águas frias da distância e enquanto o sonho perdura parto à aventura pelos tempos de criança…onde te encontrei a ver o mar.
O barco vazio navegava pelo mar da nossa imaginação enquanto nós dois contemplávamos  o nascer do sol…        


Fernando Silva

quarta-feira, 29 de julho de 2015



Um papel deixado esquecido!? Na mesa de um bar tinha a seguinte frase:-Amar é o desafio mais difícil da minha vida.
Amo-te.
O empregado pegou o papel leu e exclamou:-Mas quem poderá amar-me tanto assim?
Depois colocou o papel no bolso da caminha e notava-se a palavra amo-te. Numa mesa ao lado uma moça triste e sozinha ao se aperceber da frase perguntou:-Há quanto tempo me amas?
Porque perguntas?
Porque tens escrito no teu bolso!
-Não, não fui eu que escrevi, mas como tu sabes que eu tenho um enorme afecto por ti?
Preciso de te responder?
Não me digas que foste tu quem escreveu o bilhete?
Preciso responder?
Não, mas tinhas outra forma de o fazer.
Preciso responder ou tu respondes por mim?
Não, mas...Já olhaste o que está escrito no pires da chávena de café?
Não, foste tu?
Preciso responder?
Não, só precisamos de amar...

Fernando Silva​