quinta-feira, 31 de janeiro de 2013

Lugar Sagrado



                       Capelinhas da Serra


Há tanto lugar sagrado
Neste País encantado
Jardim à beira-mar
Há um lugar de encanto
Que gosto… não sei o quanto!
E ali venero rezar

O Monte das Capelinhas
Dessas Capelas Branquinhas
Situado em Vila Flor
É um lugar de eleição
Que enche meu coração
De prece e de amor

Situado ao cimo do monte
Este lugar é a fonte
Onde “bebo” desde menino
Caminho de convicção
Este lugar de oração
Traçado no meu destino

Há esse belo quadro
Que respeito e sempre guardo
Nas minhas recordações
Trago guardado comigo
E sempre que é preciso
Rezo as minhas orações

Fernando Silva

quarta-feira, 30 de janeiro de 2013

Sonho…poema.

Há um poema em meus braços, que define os nossos laços,
É sonho que alimenta minha alma, e, no fogo da minha chama, caminha docemente, nos “caminhos” por onde passo… deixo ficar esse abraço!
Que nos aperta como laços apertados. É amor, que delicadamente…delicado, idolatra os laços desse presente-passado, dádivas entre nós.
Esse poema cantado…encantado, vivido a nosso lado!
É voz, doçura, alento e ternura…dor de amor e paixão, estreitam esses elos…de afecto e sedução que dois num só coração, nutrem a analogia da paz da harmonia de dois corpos apaixonados.
O perfume dos teus sonhos e teus lábios tão risonhos são botões de rosas de toucar,
São beijos… são desejos, são ternuras de aromas a proliferar pelos caminhos da vida! Divinamente encaminhados na senda da afectuosidade, adormeces em meus braços e sonhas…sonhas esse poema que redigi com tanto…tanto amor.

Fernando Silva

Serenata a Vila Flor




Rua da Serra


Há sinais… neste meu Fado
Que me trazem o passado,
Aquela Rua da Serra!
A Fonte dos meus segredos,
Esses montes e rochedos 
Que a memória não encerra

Havia água nas fontes
Trazida de Trás-os-Montes!
Saciava minha secura…
Raiz da minha essência,
Valores de grande opulência
Minha Sombra da Ternura

Abria a flor do salgueiro,
A romãzeira no telheiro!
Corria a água de mansinho,
Trazida dessas paixões
Farrapos… de emoções,
Sempre em nosso caminho

Na Mina da Amendoeira
Esse local de brincadeira
Havia um mito falado…
Chamavam por esse recanto!
De tesouro e encanto!
De um Príncipe encantado?

Fernando Silva

terça-feira, 29 de janeiro de 2013

Luz...

À Luz da Candeia

Uma luz tão luzidia
Brilha na noite, faz dia,
Combina com o luar…
É a luz de uma candeia,
Em noite de lua cheia…
Dá luz ao seu brilhar!

Terna luz que me ilumina…
Meus segredos, fascina…
Na melancólica harmonia,
Segredei-te…em segredo!
Nessa luz “não há medo”
Nem só na noite me alumia

Indiferente à claridade,
Ilumina sem ansiedade!
Uma chama tão inocente
Que clarifica a nossa vida…
Nesta luz tão ressentida
E aclara ininterruptamente!

Fernando Silva

segunda-feira, 28 de janeiro de 2013

Valiosas nuvens

Há uma nuvem no céu
Não sei o que lhe deu
Chora de noite e de dia
Tem saudades do sol
Do canto do rouxinol
Do cantar da cotovia

Há dias de melancolia
E tanta água chovia
Vinda da nuvem tristonha
Era a riqueza a cair
Para nos campos emergir
A razão que se proponha

Passou a nuvem passageira
Prosseguiu noutra fileira
Foi em direcção ao mar
Vai namorar com as vagas
Deixou-se de horas amargas
Quer a areia ir beijar

Nas escadarias sentada
Rezava uma alma sagrada
Ciente da sua convicção
Viu o arco-íris chegar
Não deixou de rezar
Continuou a oração

Fernando Silva
Na cidade… sombria!  


Afloraram a vida de esperança…
Ao som da melodia, dizem, afortunada!
Extinguiram deplorável desconfiança,
Ouviu-se o pranto triste na madrugada

Em sinais de cura desse passado!
Reclamam a existência da folia,
As cicatrizes do cepticismo, falhado,
Encontraram a melódica melodia…

Recrudescem desalentos, vicissitudes
Insultos, abrolhos na sociedade,
Desespero, determinadas atitudes
Que envenenam a gente nesta cidade!

Agora pelas esquinas da avenida…
Ditam opulência e grandiosidade!
Reclamam nos lençóis da nossa vida,
Contra aos apupos vindos da serenidade

Resistem heroicamente a tais iminências,
Fazem-no deveras afincadamente…
Há tantos que pedem clemências!
Perdidos na vida, perdidamente.

Brota o sol a pino na alvorada
Trigueiras à janela da liberdade
Fazem-se ouvir na madrugada
Nos becos mais escuros desta cidade

FernandoSilva

Trigo...centeio... vida.













Árdua vida…alegria

Uma foice na cintura
Uma” taleiga” com pão     
Leva a fé e a ternura
E o amor no coração

Os dedais com que segura
A palha árdua… dourada,
Na vida que o procura
Pela seara ceifada

A engoreta é companheira
Dali bebe a preceito
Vai a caminho da ribeira
Leva o amuleto ao peito

Separa o trigo do joio
Corta trigo e o centeio
Os cereais são seu apoio
Vida rude a premeio,

São segadores com brio
Na frente de uma ceara
Ceifam ouro “desafio”
Esta jóia tão rara!

De gavela em gavela
Um molho vai acabar
Mais parece uma aguarela
Acabada de pintar

Os bancelhos à cintura
Para os molhos apertar
Cortados com essa frescura
Para nos relheiros os juntar

Pichorra, água fresquinha
Á sombra a refrescar
Vai de palhinha e palhinha
Traz um feixe para juntar

A ceitoira bem afiada
É mais um dia de canseira
Depois da palha cortada
Faz a carreija para a eira

Num trabalho de canseira
Vivido à Luz do luar
Leva os molhos para a eira
Para seu cereal guardar

Molhos suores de vida
Pingos de amor e enlaço
De preganas sentidas
Carregadas em seus braços

É dia de malhadeira
Quem paga o mata-bicho
A mesa é posta na eira
 Num abrigo mais nicho

O ancinho é companheiro
Há trabalho e rigor
Leva a palha pró palheiro
Debaixo de enorme calor

O colmo na eira espalhado
A espiga é tão grada
Com o malho é malhado
O pão de espiga dourada

 Num cantil a descoberto
Existe vinho tratado
O baile foi aberto
Anda o povo animado

 Há respeito e alegria
Cada um sabe o que faz
Aqui existe harmonia
Carinho, afecto e paz

As raparigas solteiras
Bailam sem mais parar
Até a velhas gaiteiras
Vão para a eira dançar

É assim esta actividade
Rude mas sempre a rigor
Hoje eu sinto saudade
Das eiras de Vila Flor

Fernando Silva

quinta-feira, 24 de janeiro de 2013

Trás-os-Montes

Montes…vales e vidas

Há um jardim nos meus sonhos!
Onde teu amor se levanta…
É nos teus olhos risonhos
Que brilham todos os sonhos
E a vida se agiganta

Acarinhas com teus dedos!
As paisagens deslumbrantes,
Onde recônditos… segredos,
Passam para lá dos rochedos
Com vistas tão fascinantes.

Descem dos montes, dão vida…
Regatos de água tão clara,
É a essência… mais querida,
De sentimentos, sentida,
Na natureza tão rara!

Regam… o mais lindo olhar,
Das flores desses teus montes!
No mais luzente… brilhar
Que a Lua no seu luar
Brota em todas fontes

Fernando Silva

terça-feira, 22 de janeiro de 2013

Fonte Romana

Há uma Fonte Velhinha…
Tinha água tão fresquinha
Que acabou por secar!
Os anos foram passando
E a Fonte foi secando…
É enorme o seu pesar!

Tinha água tão clara…
E uma imagem tão rara,
Junto ao milagre das rosas!
Junto ao Arco de D. Dinis,
A Rainha Santa assim quis,
Pelas pessoas ditosas.

É a Fonte mais marcante…
No meu olhar deslumbrante!
Ex-líbris de Vila Flor,
Matava a sede do povo…
Gostava de ter de novo!
A água e o seu sabor.

Esta Fonte quinhentista
De magnífica vista…
Raridade e pulcritude,
Vive em nosso coração!
Este lugar de emoção!
Mora em minha juventude

Fernando Silva


sexta-feira, 18 de janeiro de 2013

Dor...de Amor.

Dor… de pranto.
Não consinto esta aflição
Neste meu pranto tão frio,
Há mágoa em meu coração
Nesta terrível paixão…
Na dor de um peito vazio!

Altas horas, é madrugada…
na minha casa vazia,
Na minha vida sem nada!
Numa imagem gelada…
A cama fica mais fria.

Não descanso o suficiente,
Com a dor no coração!
Que me mata que me mente
E me deixa eloquente
Que dá tanta solidão…

Esta dor tão permanente,
Que me traz angustiado,
Dói-me o suficiente…
Que me mata e me mente!
Todos os dias a meu lado

Tanta dor, apoquentação,
Não consigo desvendar,
Se será do coração?
Ou desta grande paixão?
Da vontade de te amar!

Suplico-lhe…tremulamente
Mas a dor volta a atacar…
Meu coração impaciente!
Vai amar-te eternamente
Só existe para te amar.

Fernando Silva


quinta-feira, 17 de janeiro de 2013

Escada segura.

Uma escada…ao coração

Há uma escada segura!
De degraus… de felicidade,
Tem na fé que a procura
Tão desmedida ternura,
No corrimão da verdade.

São degraus em céu aberto!
Levam-nos ao firmamento…
Esse céu fica mais perto,
Neste universo coberto
De fé e de sentimento.

Um espelho! Em cada canto!
Incide na escada corrida…
Há quem lhe chame de pranto,
Há quem diga que é encanto
Mas é a escada da vida.

Mora em nosso… coração!
Essa escada corrida,
Vive de enorme paixão,
Só tu és essa razão…
Grande amor da minha vida.

FernandoSilva



segunda-feira, 14 de janeiro de 2013

Luz...vida.

Segue Criança.


Agarra na minha mão, presta maior atenção…
No caminho sinuoso, vê onde colocas teus pés!
Como criança que és, há virtuosismo perigoso…

Nos trilhos de cada vida… deve ser sempre protegida,
A inocência e o amor…as pedras do teu caminho!
Podem dizer-te baixinho! Há silêncio em teu redor.

E em tom de ironia…sem esquecer a nostalgia!
Passa pela nossa vida, como cores da felicidade
Que em momentos de saudade, jamais serão esquecidas… ´

As cores que ele delineia! Não lhe saem da ideia…
Parecem verdes trigais, que o vento faz esboçar!
É o amor a proliferar, para onde correm seus ais…

A essência em ti contida, será para sempre cumprida,
Nos caminhos do futuro, onde encontrarás a verdade
Pela mão dessa saudade que se encontra para lá do muro.

Vai criança segue em frente, vive no teu melhor presente,
Que o passado é recordação, nos caminhos por onde passas…
As pedras ficam mais laças…pela tua aproximação!

Essa mão que te auxilia e a toda a criança alumia,
É de Jesus o Redentor, que segue tuas pegadas…
Pelas pedras desgastadas, mas possuem muito amor.  


Fernando Silva


sábado, 12 de janeiro de 2013

Crescer...

Livre...espiga.   

Há uma espiga que cresce
Nos campos da madrugada
Há dias em que anoitece
E a espiga não cresce nada                

Nesta inóspita solidão
Abriu-se no céu uma prece
Num enorme coração
A Primavera acontece

Regada pelos teus olhos
Nos jardins dos teus segredos
Nascem espigas aos molhos
Que deixaram de ter medos

Crescem num campo florido
Onde o teu corpo navega
Esse fruto foi colhido
É a vida que o carrega

Valados de fertilidade
Semeados nos campos da vida
Crescem espigas em liberdade
Na Natureza tão sofrida   

Não embarguem meus trigais
Na terra que se cultiva
Como esta espiga há tantas mais
Que procuram nova vida

FernandoSilva


quinta-feira, 10 de janeiro de 2013

As Flores do meu Jardim...

Lágrima...flor.


Há uma lágrima perdida,
Nos jardins da nossa vida
Que se derramou nas flores,
Resistiu à nostalgia…
Sofreu enorme agonia!
Deslizou…por seus amores.

Donde vens lágrima triste?
Será que já não existe!
Doce olhar que te segure…
Caíste de uma paixão,
Já não tens o coração!
Nem amor que te procure.

Escolheste a mais linda flor…
Suculenta desse amor
Que vive neste jardim!
Quantas lágrimas caídas?
São eternamente sentidas…
São lágrimas que não têm fim.

Vem a noite, já madrugada,
E a lágrima enxugada!
Beijada no seu encanto,
É o rosto… mais sentido,
Naquele jardim florido
Onde enxugou o seu pranto.

FernandoSilva