sexta-feira, 13 de novembro de 2015



Murmuro no silêncio que nos silencia…o dia acorda e a “noite” chega! Nas palavras que escuto inevitavelmente… o luto, cala-nos por momentos e a reflexão é atroz. Um silêncio na voz apodera-se de nós e assim permanece sem motivos aparentes… silencia tanta gente que assola a “sociedade”. De garganta embargada dizem tudo sem dizer nada. Coragem! Cobardia! Dizem tanto que arrepia só de ouvir falar…Quantos já se interrogaram para este martírio findar? Quem consegue calar o silêncio? Quem obtém as razões do desespero?  Dores irreparáveis? Impotência de resolução dos mais variados problemas? Será que só o viver já é um problema? Será que depois do suicídio todos os problemas se acabam? E os que ficam?  Uma doença da sociedade que a própria sociedade não consegue uma resposta cabal para uma situação que nos toca. “O dia acorda mas a noite cai”. A escuridão devasta os mais sépticos. Quem ajuda no silêncio? Dar as mãos nesta dor… evitando outras dores que nos machucam. Apelar ao companheirismo, à camaradagem e à cidadania, são factores preponderante, numa sociedade que se quer unida, nos problemas que não são apenas de quem os pratica mas sim…de todos. Porque quando alguém se vai...é um pedaço de nós que não fica.  


Fernando Silva

quinta-feira, 12 de novembro de 2015



Um beijo que nunca te dei!

Rompe a noite e de mansinho, ouço passos no atalho que me leva ao teu postigo. Desço os degraus da Capela, bebo água da fonte e vou ao teu encontro. Uma estrela luzidia “caminha” em meu caminho. Sereno mas inconstante prossigo minhas intenções, não sei se é da luz dessa estrela mas a rua ficou mais perfeita, será das minhas ilusões? Não sei! Há um sinal que me indica que a janela se fechou…porém os meus intentos ficaram firmes e continuei a caminhada. Ciente que tu ali estavas fui desperto nas sombras que havia nesse caminho. Uma dela a maior parecia-me um roupão despido há pouco, cheirava-me a ti, as mangas acenavam …pensei estar a alucinar mas pouco tempo depois observei o gesticular de outras peças de vestuário presas nas cordas da varanda. Ponderei ser o vento que as fazia mover…num vai e vem constante tal era a força do vento. Meditei! Despi-me de preconceitos e quis segurar nas peças mais íntimas…mas, poderia cometer um erro crasso e pegar vestuário de outra mulher. Resolvi seguir. Espreitei o telheiro onde os teus familiares guardam os cereais, lembrei-me de nós crianças a brincar no balouço que teu avô fez com tanto…tanto carinho. Lembras-te? Esse amor platónico era contagiante que ainda hoje desejo os teus lábios e tu desapareces…Onde é que eu ia? Já sei…subia as escadas que davam acesso ao teu quarto, onde sonhas os sonhos mais desejados e de corpo e alma te entregas num despertar que nos alimenta e nos sossega enquanto lá fora a vida é de esperança…
(…)

Fernando Silva


A vida que se principia é dor…
Talvez poesia! Nutrida num poema de amor…
Cresce como flor num canteiro que tem o teu cheiro!
E sempre que amanhece a dor acorda!
Dá-se a conhecer ao mundo num respirar tão profundo…
Que nos extasia a alma!
E num cultivar permanente, essa flor que foi semente, que a vida escolheu colher…personifica o seu jeito neste querer mais que perfeito.
Segura em seus braços, abraça o mundo. Sentindo o quão forte é ter-se segura e assim continua nos caminhos que a levam pela vida.
O tempo passa…a dor não termina. Essa flor que foi menina, assiste ao desabrochar dos rebentos que seus lamentos ajudam a criar.
Leve como o pensamento segura suas asas e educa o voar. É tempo de olhar o horizonte e agradecer pela vida…o tempo não pára e como jóia rara dedica-se à vida… antes que o vento passe e a leve para longe…enquanto lá fora a vida melhora!
De olhos fechados, de pensamentos finados… segue como pena ou folha que se desprega da vida. Prostrada no solo e enfraquecida entrega-se de corpo e alma!    

Fernando Silva


terça-feira, 10 de novembro de 2015



Medito as tuas palavras e o modo como as acabas ditas de coração…Transportas nas tuas palavras desabafos de doçuras-amargas… Contidas dessa ilusão!
Sentida num cariz diferente, há tanta… tanta gente que nunca sentiu o calor de um “beijo”! Num olhar franco veneras os céus em agradecimento a Deus… de joelhos curvados ali ficas a meditar o teu apreço! A recompensa vinda do firmamento enche-te a alma e jubilas gritando o Seu Nome.  

Fernando Silva 



segunda-feira, 2 de novembro de 2015