quinta-feira, 31 de março de 2011

MAIS DO MEU FADO

A voz do teu encanto

O vento trouxe a voz do teu encanto
Fixou-se no interior do meu alento
Agora ilumina este meu pranto
Alimenta o pesar do sofrimento

O encanto atravessa a minha alma
Ilumina esta noite mais escura
Estremece o olhar e minha calma
Depois de um abraço com ternura

És luz da minha vida o meu caminho
És voz deliciosa que não se afasta
Porque és afecto, o meu carinho
Para quem só o perfume não basta


Autor Fernando Silva


MAIS DO MEU FADO

Flor ...das Flores


Trago flores no meu regaço
Trago saudades aos molhos
Dos dias que sem ti passo
Sinto profundo cansaço
Trago tristes os meus olhos

És a flor das minhas flores
És condão do meu encanto
Amor de tantos amores
Provocas imensas dores
A terra que eu gosto tanto

As saudades tão sentidas
Que exaltam dores tais
Desta terra tão florida
Onde nasceu minha vida
Para onde correm meus ais

Nas ruas tens teus festins
A flor-de-lis teu brasão
Amores-perfeitos, jasmins
Completam outros jardins
Desse enorme coração

Autor Fernando Silva

sexta-feira, 25 de março de 2011

MAIS DO MEU FADO

Viela do Amor                                                                                                                    

Procuro nesta viela
Passo junto da janela
Onde mora o teu olhar
Sofro tristeza sentida
Onde deixei minha vida
Nesse teu jeito de amar

Vivo na vida amargurado
Sinto frio neste fado
Que um dia te dediquei
Ando do sonho à procura
Na viela mais escura
Dum amor que tanto amei

Meu desejo, tua vontade
Trouxeram toda a verdade
À viela mais escondida
Na esquina do teu amar
Agarrei o teu olhar
Voltei de novo prá vida

Autor Fernando Silva

quarta-feira, 23 de março de 2011

Lixo

Lixeira a Céu Aberto

A falta de cidadania
Traz repugna e indignação
Colocam de noite e de dia
Todo o tipo de lixo no chão

Não se enxergam deste feito
São cidadãos deste lugar
Que não possuem o direito
Da minha terra destroçar

Que falta de sensibilidade
Na execução de actos tais
Vivem em sociedade
São piores que animais

Como se pode evoluir
Nesta terra que é Flor
Se a pretendem destruir
Com actos de elevado fedor

São actos de deslealdade
Na minha terra praticados
Que só prejudica a sociedade  
E os mais indignados

O Autor
 Fernando Silva

sábado, 19 de março de 2011

Tradições, Culturas e Oportunidades


A memória transporta-me à infância.



A alegria sentida no uso dos trajes tradicionais, traziam cor às ruas de Vila Flor. As crianças, os adolescentes e adultos, produziam um colorido vivaz e acolhedor a uma terra de tradições e de cultura. Uma Vila que não passou indiferente a Sua Majestade o Rei, que se curvou perante tanta beleza.
Os jogos tradicionais, tinham um cariz de amizade, as crianças executavam-nos na perfeição, as escolas primárias eram pioneiras nesta particularidade. Nos recintos de recreio as crianças davam asas à imaginação e recreavam de forma saudável nas horas de lazer. Mais tarde, estabiliza-se por anos indeterminados a forma como épocas de Carnaval, dos Réis, entre outras, eram encaradas pelos Vilaflorenses.









A folia era trazida pelo povo às artérias da Vila, nas quais se dividiam os vários estratos sociais, que aguardavam a chegada do corso. Embora vivendo politicamente um ambiente adverso, o povo tinha nestas pequenas manifestações o à-vontade em realizar. Tais exteriorizações eram entendidas como de um provérbio popular de falasse, uma vez que era carnaval e ninguém levava a mal.










Porém, estas festas produziam nos Vilaflorenses agitação e entrega, motivo porque eram várias as pessoas que se restituíam na feitura de hilariantes aprimoras, que conquistavam a multidão. As brincadeiras da juventude bisavam essa mesma juventude, com a obrigatoriedade de carregar a responsabilidade de seguir actos vividos outrora, que foram passando de geração em geração.








O carnaval trazia alegria, movimento, encontros, reinação e porque não dizê-lo “amores”, onde não faltavam os bailes de rua, nos quais o povo se encontrava e dançava ao som dos gira-discos.








Os tempos correm e a cada ano que passa as tradições têm tendência a desaparecer, as dificuldades sentidas fazem com que várias pessoas tenham que sair da sua terra natal, dada a precariedade de trabalho no seio do local onde nasceram. Porém, estas manifestações passaram por um tempo mais plácido e a pouco e pouco têm surgido através de orgulho e carolice de pessoas que não deitaram a toalha ao chão e conseguem aos poucos garantir e erguer uma tradição que tão do agrado é dos Vilaflorenses. Quero aqui manifestar o meu apreço às pessoas das aldeias do meu concelho, pela entregam de alma e coração ao convívio, demonstrando trabalho, carinho e jeito para estas manifestações populares.




Para que estes grupos pudessem garantir um continuar com futuro, com objectividade seria de todo importante criar no seu seio, tocadores de concertina ou acordeão, uma vez que se constata esta lacuna, principalmente no Grupo de Cantares de Vila Flor. Outro dos aspectos que ressaltam aos olhos é a falta de um grupo teatral, será que é assim tão difícil reunir gente com aptidão para tal? Não me parece, uma vez que em cada manifestação vivida por exemplo aquando da celebração do Dia de Réis, onde se verifica o à-vontade de várias personagens e se constata a existência de muita gente com jeito, que teria a oportunidade de dedicar horas do seu lazer a algo que tanta falta faz na nossa Vila.
A actualidade não nos deixa alcançar diversos patamares é certo, por razões sobejamente conhecidas, mas a vontade do ser humano prevalece sobre todas as coisas, como tal urge fazer-se algo que foi criado há muito tempo nesta terra, teve impacto no concelho e não só, quando grupos de pessoas “amigas” é certo, executaram de forma vivaz peças teatrais.










Eram pessoas de Vila Flor e do seu concelho, que muito honraram as suas gentes. Ao que me é dado saber, existem sedes de concelho no Distrito de Bragança que possuem Grupo de Teatro Amador, porque não em Vila Flor? Fica a pergunta e quem me quiser responder ficarei grato. Quantas mais pessoas possam aderir a esta ideia, melhor. Assim, dar-se-ia oportunidades aos jovens, aos menos jovens e às crianças. Pensem nisto e sejam executantes em prol de uma Vila, de um Concelho e de uma Região. Outros dos aspectos que me ressalta à vista é a qualidade de imagens do nosso concelho, que me encantam, que me fascinam, que me deliciam ao vê-las diariamente nos diversos blogues, particulares é certo, mas de uma qualidade acima da média, para quando uma exposição de fotografia?






















São factos, constatações que resultam de uma menor actividade que quão seria importante colocar em prática. O dinamismo popular resulta de um envolvimento conjunto, no qual se dá em troca sem nada se receber. A nossa população envelhecida carece de momentos de ternura, de carinho, para tal temos o dever de lhes proporcionar esses ensejos, para fugir à monotonia e restituir-lhe direitos que a própria sociedade lhe retira a cada dia que passa.     





O autor
Fernando Silva

quinta-feira, 17 de março de 2011

I.P.A.

O Grupo de Fado Solar do Meireles associou-se ao convívio de Polícias, família e amigos, numa Festa organizada pela I.P.A, Portuguesa. Foi mais uma noite maravilhosa como tem acontecido sempre que o grupo a ali se desloca. O público aderiu e foi com muito entusiasmo que aplaudiu músicos e fadistas. Foi ao som das Guitarras de Vitor Lopes e José Gabriel e das Violas de Fado de José Garrido, José Simões e Alberto Madeira, que os Fadistas: Conceição Costa, Fernando Silva, Alexandre, Eduardo Neto e Alberto Madeira, alegraram um público completamente envolvido neste convívio, que se deseja ver mais vezes.

IPA -PORTUGAL "Fados "

sexta-feira, 11 de março de 2011

Flor...

 Flor… minha vida

Flor da vida…
Que o cantor elegeu,
No momento da despedida
Que o poeta escreveu

O florir, a realidade
Que o trovador reconheceu,
Fica na memória da saudade
Da vida que já viveu

Porque sentimentos sábios
Trazem lembranças leais
E o sabor dos teus lábios
 Elegem meus ideais

No acreditar do sonho
Vivido desta ternura
A vida que me proponho
Possui maior loucura

Quando aprazível momento
Apareces na minha idealidade
 No melhor sentimento
És vida, és autenticidade.

Autor Fernando Silva





terça-feira, 8 de março de 2011

Mulher

Mulher
No alvorecer do dia
Motiva emancipada alacridade
Pelo seu aparecer, contagia
A mulher a verdade
Rebenta da Rosa em botão
Um análogo coração
Ávido para agradecer
É a mulher, a mãe
No apogeu da sua pujança
Que concebeu a criança
Que nela vai florescer
Para se tornar quiçá na mulher
Na flor que tudo quer
Pelo seu reaparecer
Para agarrar a vida
Onde ela foi concebida
E tornar a realidade
Feita de amor de verdade
Numa conjuntura perfeita
Onde a mulher foi eleita
Como símbolo de nobreza
Porque é com certeza
O amanhecer de lindo dia
Que só a sua companhia
Nos concebe maior rigor
E no amor, motiva maior valor.

Autor Fernando Silva.

When a man loves a woman by Percy Sledge[with lyrics]

John Lennon - Woman

domingo, 6 de março de 2011

Vida

Flores…vidas

Na terra onde nascem flores
Magotes de amores aos molhos
Pulverizam aromas, doces amores
Onde se fixam meus olhos

São os campos a florir
A natureza na sua plenitude
Que fazem as árvores sorrir
Em acto natural de virtude

Paisagem doce, deslumbrante
Arquitectura rendilhada
Quadro enorme, fascinante
Beleza pura, adocicada

É a selva da vida, fertilizada  
A essência de novo a renascer
O florir da vida avalizada  
Nesta natureza a florescer

Que nos traz no melhor quadro
Que a luz dos nossos olhos presencia
Pela natureza foi pintado
Num enfeito puro de magia

Autor Fernando Silva

Vida

Voltar à vida

Medito momento exaurido,
Deixado do nada, tão sentido,
Trazido do gélido sofrimento
E teu amargurado querer
Trouxe hostil pensamento.
Desejado em tão rude poder,
Que coloca em orbita minha mente
E num desejar inocente,
Na bissectriz de quem te acarinha
Deslocaste sozinha…
E perante a multidão
Desgarrada do nada,
Curva-se na gratidão
Da tua chegada.
Levava-te aromas, perfumes,
E tu deliciosamente derretida,
Acabaste com teu queixume
E voltaste de novo à vida.

Autor Fernando Silva