Trago o teu cheiro
em mim despido…gemidos de silêncios atrozes que repousam na solidão das
montanhas! Adormecem nas vertigens solarengas que o sol aquece e enriquece a
vegetação que nasceu de ti. Lá longe, bem longe…perto daqui, há murmúrios que
só a famigerada loucura de quem é louco… transpira na inóspita solidão. Há ecos
que respiram a doçura dos teus aromas. Célere é a passagem pela represa onde a
água se entrega e o sonho em mim navega… capaz de resistir a tentações
silenciosas que só o poder da mente carrega. Cheiro-te e desse teu cheiro há
vidas que carregam as doces paisagens que nos encantam. Fluem palpitações. No
esplendor da montanha há pedaços de vida onde o sorriso se espelha. Catalogam
mil maneiras para aqui chegar, porém, o teu cheiro ficou em mim despido e só
através de mim poderei visualizar o quão bonita és… Crescem em teus braços
flores providas dos aromas mais requintados. Sorrindo no teu sorriso dois
corpos se apelam, gritam silenciosamente os ecos vindos da montanha. Num só
corpo desnudado, entregam-se ao silêncio e ali permanecem enquanto outros ecos
vindos de longe se apeiam nas planícies verdejantes do teu ser. Desliza suavemente por entre as paredes do
silêncio e desagua na sede…
Fernando Silva
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