Silêncio,
Silêncio que este rio dorme
Nos lençóis da madrugada,
O cansaço de sofrer consome
A sua mais pura alma… lavada
Silêncio,
Silêncio às aves que gritam
Em pleno sobressalto
E quando as águas se agitam
O silêncio grita mais alto
Silêncio, silêncio,
Silêncio grita-se das margens do rio,
Não acordem o seu lazer…
Seu banho pérfido tão frio
Gela-lhe a alma e o prazer
Silêncio,
Que este rio vai lentamente acordar
Dos pesadelos dos devassos
Que tanto o anseiam derrubar
Já lhe sinto o aroma já lhe ouço os passos
Silêncio,
Porque este silêncio se agiganta
E o rio em seu pleno direito
Embargam-lhe a garganta
E reduzem-lhe o leito
Silêncio que o rio vai acordar
E de bramidos tão aflitos
Vai poder entregar-se ao mar,
Silêncio, silencio e gritos…
Silêncio, que o rio vai finalmente… acordar.
Autor Fernando Silva
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