quarta-feira, 28 de janeiro de 2015

Trechos de mim. 

Levo-te no meu olhar.
Transporto no peito, onde a  vontade de te ter é constante…guardo em mim as recordações dum passado-presente em ti vivido. De olhar humedecido conservo na memória "farrapos" de uma vida em ti deixados mas nunca esquecidos...
As ruas, os teus canteiros, teus sabores e teus cheiros, provocam eterna melancolia. Lembro a criança que corria pelos caminhos dessa vida, brincando a cada esquina.
O tempo levou-me para longe de ti mas não apaga as memórias em ti concebidas.
O pó de cheiro que de ti respiro…trazido pelos altos alicerces das montanhas onde te ergues, eleva-se no firmamento que te cultiva e eu... na perturbação de te perder!
Cheiro do teu aroma que me empolga, árdua vida na terra que te farta por entre penhascos densos que te alimentam.
Terra farta, pão cultivo... que a mão humana te restaura atempadamente a céu aberto, onde as estrelas te iluminam nas noites mais quentes de verão tórrido. Frígida a noite te castiga, no denso mar de nevoeiro que te cobre na mais desejada madrugada, enquanto nas montanhas os seus nativos habitantes se espreguiçam para mais uma caçada, feitos predadores que a vida alimenta.  
Trazidos do tudo…feitos do nada, enquanto a noite acontece é madrugada e a vida não acaba.  


Fernando Silva



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