quarta-feira, 19 de novembro de 2014

Trechos de mim... Enquanto a bola rebola a caminho da escola, levo o olhar à Fonte...os livros vão na sacola que me abrem horizontes. Desço a rua espreito a serra, vejo os pássaros em liberdade que esvoaçam rumo à trincheira, voltam num colorido diferente, foi o sol no seu raiar nesta beleza sem par que os faz sorrir de novo. Seguram nos frutos da vida para consigo os levar, num rumo constante entre diabruras e acrobacias fazem as delícias de quem passa. O intervalo chegou a brincadeira voltou, ao recreio... a felicidade! Era a vida a sorrir, neste aconchego gratificante. Saio de passo apressado e vou à Rua da Serra, beijo as mãos de minhas avós de quem recebo um carinho enorme. Corro para o Rossio e neste lugar de desafios, troco os cromos da colecção dos jogadores da seleção que em 1966 fizeram as delícias de um povo e ergueram bem alto a bandeira desta Nação. Um amigo da brincadeira meu colega de carteira trazia um pião já picado de tanta pancada ter levado e ali ficamos. Não tardou muito tempo e o Rossio foi-se compondo de juventude, entre o jogo da bola e a troca de cromos. Alguém se abeirou do marco do correio, colocou uma carta e comentou: Levai-me esta carta para as terras longínquas onde a guerra impera, trazei-me notícias do meu filho que luta no fim do mundo, porquê? nem sei! Quem me dera vê-lo a jogar a bola com vocês, cresceu rápido de mais. Tirou um lenço e passou-o pelo rosto, era a saudade estampada na face daquela mãe que sofria a ausência do seu "bem mais querido". Enquanto isso a brincadeiras não findavam, a alegria alastrava pelas ruas desta terra. Fernando Silva

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