terça-feira, 10 de maio de 2016



Os ecos da tua voz perfilam-se na imensidão dos caminhos que me levam a ti. Ascendem os desejos sem saber… se não me perca, pelos caminhos que percorri! Ecoam das fragas onde te proteges, os mais sentidos gemidos…O vento leva para longe de mim e o tempo não traz de volta. Uma erva cresceu na ombreira da porta onde tantas vezes esperava por ti. Tinha o cheiro da saudade, tinha a cor da liberdade e beijava as janelas enegrecidas pelo tempo em que desprovidas de “carícias” jaziam tristonhas como a noite… quando é triste. Encostado à vida…ali ficava, olhando o horizonte, e, por entre os penhascos que te são vida, espreitava o sol que timidamente aparecia por entre os ramos desse corpo. Cobertos de folhas que o vento fazia deslaçar e prostradas serviam de manto à terra. Por vezes fechava os olhos e por momentos via-te em sonhos…por vezes, de olhos abertos recordava esses sonhos. Porém, a realidade trazia-me aquela cabana feita de sonhos e quimeras onde ambos nos abrigávamos. Era na noite que a solidão mais se acentuava. Era a noite que tanto demorava a passar…e, o dia que nunca mais chegava aquele lugar. Sentado à lareira improvisada, sem a chama de outrora, acendia um cigarro. Nem mesmo o cigarro me confortava. Triste…ali fiquei esperando, com a esperança de te encontrar. Nem que fosse ouvir a tua voz, já me sentia feliz. Até o eco vindo de longe aquecia a minha alma! Mas, já não ouço a tua voz…e o corpo que vi já não é o teu.       
(…)



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