terça-feira, 31 de maio de 2016


Uma folha de papel perdida,…uma folha de árvore caída!
Tanto sofrimento…puxadas pelo vento, despregadas do tempo…sem nada, sem vida! 
Onde te encontrar? Na terra sem lar! Ou longe daqui…
Onde te escondes?
Já nem me respondes…onde te escondi?
Na terra? No chão?
Ou no coração onde fica a dor!
Tu que foste a sombra…talvez o sol te esconda bem longe de mim!
Desceste a ladeira e nessa canseira te separaste da vida, chama de vigor!
Ai folha de papel… deixa-me ler o recado do meu amor, que em letras de mel adocicou a minha essência.
Deixa-me nem que seja apenas dar-lhe um beijo e matar o desejo de quem está longe.
Ai folha…que caíste curvada na curva da estrada e moras a meu lado!
Dá-lhe esse recado… enquanto a ladeira me ajuda a descobrir o horizonte, e, no cume desse monte vejo enrolada na folha despregada a palavra dor!
Escrita por teus sentidos…ouço os gemidos!
E ali caída ficou a folha despida pelo vento.
Dorme acocorada com o frio…e num desafio com o tempo voltou a tempo de te ver sorrir.

Fernando Silva



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