A
velha nora lembra-nos no mais agradável pensamento e nos recorda os trabalhos
de uma vida… que a nossa imaginação transpõe de fácil acesso! Longe vai o tempo,
em que de calções vestidos, umas alpargatas gastas pelo tempo, caminhavam pelos
trilhos de um tempo “perdido” no tempo, em busca de dias de maior rentabilidade
para fazer face aos dias adversos, na procura da tão necessitada água… para o
desenvolvimento das culturas.
A velha nora, sustentava o regadio, rendimento
próprio de quem detinha uma “agricultura de subsistência”. Jaz agora num
terreno perto de si, abandonada, enquanto o tempo a destrói. Haste gasta pelos
martírios, alcatruzes rudes deixados ao desdém “enquanto uns se enchiam outros
ficavam vazios” e depositavam a preceito, a água que se dirigia livremente para
os regos onde a vida despontava.
Longe
vai o tempo em que os animais davam voltas e voltas até saciarem os caneiros
criados para que a água não levasse outro rumo… que não, o dos alimentos
agrícolas.
Sabor
insípido que a vida contempla e nos conduz a trilhos por muitos palmilhados,
que nos honram e nos trazem uma “melancolia- nostálgica”, que nos toca e nos faz
recordar os tempos de criança.
Até
as flores, que embelezavam o teu ser murcharam, hoje, só as silvas predominam
nos teus resguardos. De que te serviu um vai e vem constante? Para quê tanta
labuta? Tanta azáfama! E tanto sobe e desce, no ajudar a crescer e fazer
crescer, o alimentar de vidas… foste deixada ao abandono, estás velha… já não
serves! O teu fim é uma morte… lenta! Hoje, de “musgo vestida”, sofres as
intempéries e o abandono de quem te usou enquanto nova. Os alcatruzes da nora
vão permanecer pelo tempo fora...nem que seja apenas no nosso pensamento.
Fernando Silva
Derramei
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