sexta-feira, 27 de abril de 2012

A noite é dia...

Na claridade da noite…

Fecho os olhos na claridade da noite,
a tua imagem aparece, como tivesse sido pedido numa prece que ambos dedicadamente desejávamos .
Na madrugada, a luz divina ilumina como de dia se tratasse.
Nossas almas apegadas no silencio, na paz ansiada,
de quem ama e traz, o sublime dos sentimentos sentidos,
pela cegueira de quem ama, incondicionalmente.
Em nossos cérebros apetecidos havia paixão e, de momento em momento nossas bocas se tocaram, ali ficaram apaixonadamente perdidas, escutamos deliciosamente os nossos secretos segredos vindos do firmamento, enquanto no paraíso repleto de carinho as aves cantam melodias a preceito, num enorme respeito pelo amor. 
Dos teus braços imagino as cordas que me ajudam a subir
as escarpas da vida.
Numa força inequívoca de afecto desço desmesurados rochedos, onde me apeio no olhar deslumbrante de quem aguarda pelo teu corpo feito chama. Nossos corpos unidos na paixão e assim continuam à luz da lua. 

Autor: Fernando Silva




quarta-feira, 25 de abril de 2012

Democracia

Trago um cravo na lapela,
da Liberdade à janela
na sociedade sofrida.
Não sei onde eu errei,
se igualdade não encontrei
nas ruas da minha vida.

Vejo ao longe a Liberdade
da qual tenho saudade
qual máquina mal oleada.
É triste o Povo sofrer,
pelas mãos deste poder
que tira e não dá nada.

Oh Liberdade conseguida,
cada vez mais sentida
pela ganância atroz,
a rua da Democracia
cada vez mais vazia
o Povo ficou sem voz

O que ontem apoquentava
hoje já nem se falava
das medidas de austeridade,
o poder esquece depressa 
depois de tanta conversa
só se vê é falsidade.

Autor Fernando Silva

terça-feira, 24 de abril de 2012

Liberdade

Gritei...Liberdade

Gritei Liberdade nesse dia,
com toda a força que podia,
não me arrependerei.
Gritei, gritei, gritei pela Liberdade
de todos nós, hoje grito Liberdade
mas embargaram-me a voz.
Não porque a Liberdade tivesse terminado,
mas, por tudo quanto me têm saqueado,
se soubesse que gritando Liberdade
com toda a força dos meus pulmões
os culpados seriam punidos,
não deixava de gritar, gritar
para a miséria acabar,
gritar pela igualdade, pluralidade.
Finalizar com os tachos,
e esses  golpes muito baixos,
que envenenam e repugnam a sociedade.
Desses que vivem à larga
e nos deixam de boca amarga,
tal é o veneno saído das suas bocas,
com conversas loucas.

O sorrir de uma flor.

Desejo meu… tão teu.

Alegra-me o Sol que acalenta a alma,
os dias convividos na tarde calma.
Escutar os alvitres da Lua,
contemplar o seu luar, a rua.
Tenciono ver sorrisos estampados
nos rostos de todas as crianças.
Anseio ter os bucólicos chãos floridos
de uma Primavera florescente,
que reflecte nas pétalas da vida,
Sorridente e vivida.
Como a água que sai da fonte
e atinge o horizonte,
 que doa aromas à Ribeira,
 mergulha de forma prazenteira
nas águas deste rio sem fronteira,
para depois abrir os braços ao mar
e, poder embalar nos teus carinhos,
deambular e acordar nos teus caminhos
que me levam ao sonho,
desejadamente real.
E neste pedaço, proclamado paraíso,
ambiciono  ver as crianças a caminhar,
 por esses jubilosos caminhos,
assinalar com pegadas demarcadas
no solo fertilizante,
adornar a flor da esteva, da giesta,
da carqueja, que aromatizam
esta límpida  vida, que a boa fé almeja.

Autor: Fernando Silva

segunda-feira, 23 de abril de 2012

Mais do Meu Fado/Vida...

Flagelos de uma vida

Por entre os dedos da revolta
Passam cavalos à solta
Tanto doe mas não se sente
Mata a juventude sentida
Que embarga a própria vida
Num gesto tão deprimente

Há tanta vida ceifada
Sumida e desgraçada
Com chicotes de revolta
Pedaços de vida perdida
Os jovens perdem a vida
Com tanto cavalo à solta

São braços de desprezo
Provoca horror e medo
Neste mundo horroroso
Há tanta vida cortada
Nos atalhos da calçada
 Neste trejeito escabroso

Não se conhece ninguém
Todos vivem com desdém
Abafa-se nessa ansiedade
São recônditos segredos
Escondem para lá dos medos
Afastam-se da sociedade

Autor: Fernando Silva

domingo, 22 de abril de 2012

LUA MEU OLHAR


Oh Lua Cheia
É noite de Lua Cheia
O meu cérebro semeia
A vontade de meu desejo
A alma mata a saudade
E para a eternidade
Vai ficar esse beijo

Oh Lua cheia
Traz-me a paz prometida
Oh Lua cheia
Leva-me ao centro da vida
Oh lua cheia
Que refletes acalmia
Não me sais da ideia
Oh Lua cheia
Tu és minha guia

Sinto passos ao de leve
É alguém que me carregue
Em tua direção
Oh Lua do meu olhar
Quero contigo ficar
Na vontade da paixão

Sopra o vento de feição
Meu meloso coração
Bate forte sem parar
É noite de Lua cheia
Que me traz à ideia
O tempo do nosso amar

Autor Fernando Silva

Noite de Fado.








O Grupo de Fado Solar do Meireles, associou-se à iniciativa do Centro Paroquial de Linda-a-Velha, foi no Salão Paroquial da Igreja de Nossa Senhora do Cabo, que o Grupo de Pais do Infantário com o mesmo nome, proporcionou uma Noite de Fados. Tendo como objetivo angariar fundos para fazer face às despesas de melhoria das condições do espaço do jardim-de-infância, do futuro berçário e creche. Porque as crianças são o melhor da vida. Nada melhor que sermos solidários com estas iniciativas e aqui, destaco o trabalho do Grupo de Fado Solar do Meireles. Pensar nos outros são qualidades que se vão perdendo, nos dias que correm é cada vez mais difícil às instituições fazerem face às dificuldades diárias. Para que os objetivos se concretizem com sucesso, é necessário ajudar. Foi isso que o grupo fez, ajudou com a sua presença, proporcionou uma grande noite de fado e fê-lo gratuitamente. O salão encheu-se de gente que gosta de ajudar e de ouvir Fado. Eram 21H45 quando os fados se iniciaram as luzes apagaram-se e o fado começou. Ambiente propício para quem toca, canta e ouve. A satisfação de quem canta estampada nos rostos pela recetividade oferecida era por demais evidente, as palmas soavam a cada atuação que se ia seguindo. Na Guitarra Portuguesa estiveram Victor Lopes e Miguel, na Viola de Fado esteve Alberto Madeira, que acompanharam um grande elenco fadista. José Meireles, José António, Teresa Balbi, Manuel, Fernando Silva, Soraia, Fernando Alentejano, Neto, Conceição Costa, Alberto, Maria dos Anjos e o Senhor Barbosa. Foi uma noite muito bem passada, todos deram por bem empregue o tempo que dedicaram às crianças, à solidariedade, à cidadania e obviamente ao Fado. Bem hajam.      

quinta-feira, 19 de abril de 2012

Mais do Meu Fado

Proibido… amor

No caminho da saudade
Lembrei o teu sorriso
O doce mel dos teus lábios
Os momentos da verdade
É tudo quanto preciso
Desses afectos que são sábios

Pela rua da amizade
Escrevi palavras loucas
Desenhei um coração
Que me ficou na saudade
Dessas palavras soltas
Meu amor de perdição

Este amor... tão proibido
Quantas vezes indesejado
Não o deixaram crescer,
Quiseram tê-lo escondido
Mas este amor tão amado
Jamais poderá morrer…


Autor: Fernando Silva

quarta-feira, 18 de abril de 2012

Serenata ao amor

Serenata à chuva

Era noite, a água caía do céu,  
mais parecia  uma noite  invernosa.
Na escuridão da noite uma luz apareceu,
era  um sinal de paz, de sossego, de encanto,
que  queríamos  viver tanto.
Murmurei-te baixinho ao ouvido:
Deixa o temporal passar, para podermos estar
concentrados na serenata que te tinha prometido.
Pegaste na minha mão e pronunciaste
a frase mais linda que até ali tinha ouvido,
-Esta noite fica comigo,
Faz com que nesta noite a flor da vida cresça,
No leito das nossas vidas,
Quantas vezes proibidas no amor.
Pediste um favor e eu loucamente apaixonado,
Nem sequer olhei para o lado,
 e dediquei-te essa serenata à chuva,
Solicitaste em tom carinhoso,
e eu, que estava tão desejoso de começar,
A proclamar esse nosso amor,
Ofereci-te de alma e coração,
A mais bela canção de amor.
Disseste que a chuva não molhava,
apenas humedecia e enriquecia as nossas almas,
Seria bom ouvir de viva voz, o amor que entre nós
Se ergueu e cresceu num recíproco amar.
O temporal passou, a serenata não acabou,
tudo dormia,  e nós, acordados, empenhados,
pelos caminhos florescidos nas nossas paixões.
 Éramos namorados, ali agarrados a cada minuto da vida.
O silêncio da noite melancolizava
Os nossos recônditos segredos
Que ficavam na retina de quem ama delicadamente,
Depois, por de trás dos arvoredos
 A lua se escondia, e aparecia para o nascer de outro dia.
A água da Fonte ao cair na vida fazia: pim,  pim, pim
Pareciam beijos e desejos de dois corações apaixonados
Que o amor concebe, ali ficamos, assim, sim, sim,
enamorados,  molhados ,envaidecidos
com esta tocata ao amor.

Autor : Fernando Silva

terça-feira, 10 de abril de 2012

Falsidades

Oh, meu Portugal tão lindo…

As carteiras foram abafadas
Já nos passaram a perna
Com aldrabices pegadas
Instabilidade de quem governa

São as contas obscuras
Para onde vai o dinheiro?
Politiquices, tantas juras
Devemos ao Mundo Inteiro

Trazem o povo emaçado
Fazem contas sob a mesa
Catam-nos o ordenado
Com aprumada limpeza

Intrujices atrás de falsidades
Assim ninguém se entende
São tantas as atrocidades
E o povo não compreende

São austeridades aos molhos
Que envenenam a sociedade
O povo deve abrir os olhos
Topar quem fala verdade

Já não há nem dinheiro
Aonde vamos parar
Nem reformas por inteiro
Nem tachos para raspar

“Eles comem tudo e não deixam nada”
Autor: Fernando Silva

domingo, 8 de abril de 2012

Minha Terra

Colchas nas Janelas
Colchas lindas nas Janelas
Ao passar a procissão
Verdadeiras aguarelas
Trago-te no coração

No Rossio tanta saudade
Na Praça mais um amigo
Na avenida a Liberdade
Vila Flor estou contigo

A tua Igreja Matriz
Ex-líbris desta terra
O Arco de D. Dinis
As Capelinhas na Serra

Verdadeiras aguarelas
Ao passar a procissão
Colchas lindas nas janelas
Vila Flor minha Paixão

Teus jardins são um encanto
Que fazem o coração sorrir
Vila Flor tu és um canto
Com tanto para descobrir

Colchas lindas nas janelas
Ao passar a procissão
Verdadeiras aguarelas
Trago-te no coração

A tua Fonte Romana
A tantos deu de beber
O meu amor não engana
Em ti desejo viver

Autor Fernando Silva

sexta-feira, 6 de abril de 2012

Acreditar.

Só, estava só
Neste meu canto,
Quando me deparei
Com a tristeza.
Esta ficou perto de mim,
Olho-a, fito-a
E sem parar de olhar
A porta abre-se lentamente,
Como se fosse o vento
Que a fizesse movimentar.
Mas o que poderia ser?
Isto não me está a acontecer!
Fixei para ali o meu olhar
Vendo mas sem ver nada
Pensei estar a sonhar,
Não, não era um sonho
Era realidade, porque na verdade
O meu pensamento direccionou-se
ao Senhor.
Coloquei minhas mãos
Em sinal de oração
E rezei, rezei a Deus
Num agradecimento ao amor, à paz e à reflexão.

Autor:Fernando Silva

quinta-feira, 5 de abril de 2012

Minha Terra

Melancolias...

Nos dias de nostalgia
Pondero a vontade de escapar,
Não sei se é da agonia
Que dá no dia-a-dia
Ou no desejo de abalar

Oh minha terra
Minha aguarela
De rosto pintado
Oh meu amor
De eterna dor
Em mim guardado

Trago no coração
Enorme emoção
Para partilhar
Ao meu amor
Vila flor
Eu quero abraçar

Quero te dizer
Quão difícil é viver
De ti afastado
Ver-te Abril em flor
Nesse rigor
Tão desejado

O teu sentimento
Vive aqui dentro
Não finalizará
Mesmo afastado
Serei sempre amado
Jamais acabará                                               

Autor Fernando Silva

terça-feira, 3 de abril de 2012

Mar revolto

Intempérie… indomável.

O vento sopra nas vagas
Em horas negruras e amargas
Arrebata sonhos debelados
Quando o sol desaparece
O declínio acontece
De devaneios assolados

Círios cheios de nada
Que enegrecida luz apaga
E fica a escuridão
Lugar de promiscuidade
Que o vento e a tempestade
Perduram essa apoquentação

Faz dias que te não vejo
E neste meu premente desejo
A tempestade faz embargar
Ter o amor que conheci
Que me trouxe até aqui
Ao outro lado do mar

Aguardo o teu regresso
Olvidar o retrocesso
Que a tempestade originou
Beijar teus lábios salgados
Ficar com os meus pregados
Porque o mau tempo acabou

Autor Fernando Silva