sábado, 26 de novembro de 2011

MAIS DO MEU FADO

Azenha Velhinha

A minha Azenha velhinha
Ficou mais pobrezinha
Desde o derrame do rio
Não tem água para viver
Apronta-se para morrer
Neste inóspito vazio

Olhem a sua tristeza
Retiraram-lhe a beleza
Não tem água a correr
Fizeram esta maldade
Desvirtuaram a verdade
Como pode ela viver

A paisagem ficou despida
A velha Azenha sem vida
De tamanha crueldade
Agora à sua porta
Passa a natureza morta
Cortaram-lhe a liberdade

Reparem nestas feições
Que desprega corações
De quem gosta da beleza
Deixem a Azenha Viver
Quero voltar a ter
O florir da Natureza

Era um postal ilustrado
Neste pedaço honrado
Que faz parte da história
Chora lágrimas de verdade
Da Azenha tenho saudade
Que não me sai da memória

Autor Fernando Silva

1 comentário:

  1. De facto é uma dor de alma, aquilo que outrora tinha uma grande azafama diária a moer centeio, trigo e milho, a fim de dar de comer a muita gente, é agora um amontoado de pedras em ruinas, onde ainda se consegue ver através da porta a Mó, peça principal da Azenha.
    É uma pena ver este património de várias gerações num estado lastimável de degradação.

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